13 de novembro de 2024
7 de novembro de 2024
29 de outubro de 2024
Vende-se essa propriedade rural em Bom Conselho
28 de outubro de 2024
Barragem do Bálsamo está sem licenciamento desde 2017 (por Alexandre Piúta)
26 de outubro de 2024
25 de outubro de 2024
PROJETO "POETA VIAGENS E AVENTURAS" - UM BEM MAIOR A BOM CONSELHO.
24 de outubro de 2024
BOM CONSELHO: Buraco do Bulandim ou caverna dos Holandeses? O roteiro do Tesouro... (Parte II)
O roteiro do Tesouro...
Um diálogo entre Joaquim Atanázio (seu Quincas) e Artur Carlos Vilela...
Dizia o roteiro que o recinto onde se acha o tesouro, fica entre a segunda sala; mandava medir da boca do buraco para tal parte 600 pulos, porém o Sr. Quincas não sabia para onde era a direção da medida, se para dentro ou para fora. Disse-me ele que na boca do buraco, que era como a de um forno, existia um letreiro, em língua estrangeira.
Havia ainda um portão que dava entrada para o recinto do tesouro, que era constituído por 60 tachões cheios de ouro em barras, uma arca cheia de pedras preciosas, um caixão com moedas, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição com um diamante na cabeça que iluminava todo o recinto.
Feita esta descrição eu disse: Sr. Quincas, se houver esse recinto na exploração, ele dá sinal, e se der eu entrarei nele. Tratei de procurar sócios que foram o Sr. Josino Villela (meu irmão) e o Sr. José Cândido, meu cunhado.
Assim, tudo organizado, no dia 14 de dezembro de 1909 teve começo nossa exploração. Três dias depois, o Sr. Quincas disse: — “por minha parte está feita a exploração. . . ” Perguntei — Por que? Eu estava sentado, de lado, prestando atenção ao trabalho e tinha visto o que eles não viam.
Respondi —- pois Sr. Quincas — “Para mim agora é que vamos começar. O Sr. e seus companheiros não viram que cortaram um aterro batido a macete! Os Srs. não viram.” Teremos que seguir este aterro, pelo que vejo o segredo está abaixo dele. Sigam com o trabalho para tirar todo este aterro até sairmos na boca. E, deixando estas ordens, retirei-me.
Quando se chegou a desencavar toda a sala, que era maior e tinha para baixo a mesma abóboda que tinha para cima, passamos ao resto do buraco até a boca, aonde do lado esquerdo de quem entrava, encontramos uma arcada cheia de entulhos.
Por ela seguimos; com trinta palmos fez virada para dentro da serra. Seguimos, e na distância de 40 palmos, tornou a virar paralela ao buraco. Eu fazia mil estudos e não podia decifrar nada! Avaliava ser o recinto para o centro do tabuleiro, e, assim persuadido pensei em fazer um túnel para aquela direção.
Ao lado direito da 2ª sala, entrei direto para o centro da serra e com uns trinta palmos de escavação, pude conhecer que o som ficava para a esquerda, por onde entramos e então fui conhecendo que o som era para baixo.
Fomos então descendo até que achei que estava em cima do recinto. Furei quarenta palmos, parecendo pelo som estar muito perto do recinto. Era, porém, engano do ouvido. Quando vi que estava muito longe dei por findo o meu trabalho, e voltando para a abertura do bueiro aí fiz outro buraco em frente ao que tinha deixado. Quando chegou a 20 palmos os caboclos recuaram e não quiseram mais trabalhar. Vi-me então forçado a pegar a picareta e continuar o trabalho. Fui descendo e à proporção que descia maior era o som e eu tendo mais certeza da existência do recinto, dizia: “por aqui arrombarei esta fortaleza”.
Quando cheguei aos cinquenta palmos maiores era o barulho. Eu descia por uma corda e a terra subia em carretei; e fui continuando esse penoso e arriscado trabalho, trabalhando muito pois fazia dois palmos por dia.
Um dia, depois de fazermos o bode (refeição) eu desci; quando estava a uns 50 palmos, quebrou-se a corda. A minha fortuna foi eu ter deixado aqui e acolá um pau de travessa: quando a corda arrebentou eu estava junto a um deles e escanchei-me; a descida da corda e o baque em baixo foram um estrondo enorme.
Passado aquele barulho, eu estava firme no pau, e encostado na parede gritava pelos companheiros, porém eles não me ouviam e quando finalmente viram meu estado, ficaram perplexos e eu gritei que me dessem uma corda pois eu já não suportava mais a posição. Peguei a corda, desci e continuei meu trabalho. Já estávamos no mês de julho e eu não conseguia arrombar aquela fortaleza.
Cortava sempre, encontrando a mais dura argamassa. Depois de 300 palmos encontrei uma abóbada que eu cortava de lado, largando uma espécie de mosaico. Era uma coisa admirável! às vezes sentava-me meditando e dizia comigo: — aqui andou a mão do homem. Assim continuava e ia-me aproximando do vácuo que eu conhecia o som, que era mais de metal que do buraco. Até que senti querer desabar. Então, a coisa que eu avaliava fácil tornou-se um verdadeiro abismo.
Os mistérios do Buraco do Bulandim
Chamei o compadre Luis para descer e vir até a mim. Êle tentou, porém com uns 50 palmos disse: — Compadre está me dando uma coisa! Eu respondi: — Então volte, se você cair aqui ficará, a corda do carretei não aguenta um homem. Volte! Ele obedeceu e eu fiquei a meditar e pesar os fenômenos que aquele desabamento acarretaria. Eu não tinha medo da caída do tampo de barro e sim da fumaça, da poeira, do estrondo e da subida por uma corda 38 braças.
Não era coisa de pouca importância. Depois de pensar deliberei deixar o buraco e não expor minha existência. Iria tentar noutro lugar pois bem compreendia que o túnel se prolongava pelo monte abaixo e deixei o buraco para sempre. Eu estava no meu senso e não ia fazer o papel de Silva Jardim no Vesúvio. E assim abrimos novo buraco.
Deliberei fazer por ali o arrombamento e seguir sempre cortando argamassa — paredes todas caiadas de oca amarela, outras cor de chumbo, era uma maravilha: já estávamos em março de 1911. E assim continuou Carlos Villela a fazer a escavação. Toda a família pedia-lhe para desistir. Seus recursos foram minguando e os companheiros o abandonaram até que ficou completamente só.
Mas continuemos a ler sua lembrança.
Foram 02 anos de escavação e nada de ouro...
O que para mim era pesado demais era cavar e tirar a terra, porém o meu fim era aquela descoberta custasse o que custasse, às vezes deixava a picareta para saborear um cigarro e sentava- -me sobre a terra e pensava em como eu sujeitei-me àquele exílio voluntário, deixando a sociedade da qual fazia parte, e me achava naquele estado, sujeito à intempérie, aos bichos peçonhentos e às muruanhas que queriam me comer vivo, a uma luta sem fim! Mas não posso deixar. Sei que tem a fortaleza e que eu continuando a perseguir hei de vencer.
Nesta ocasião lembrava-me dos fatos heroicos de todos os tempos e dizia comigo mesmo, eu serei um dia também um herói assim que eu vencer este gigante. Já estávamos em dias de outubro e eu continuava com o trabalho sempre com esperança pois eu mais ou menos conhecia que estava perto do aludido portão. Portanto era preciso fazer da fraqueza força. Pois não tinha mais apelação de recursos nem físicos nem morais. Portanto era forçoso deixar.
Não podia mais resistir ao peso do trabalho que estava a completar quatro anos e o arrojo de todos os meus conhecidos e parentes, e principalmente do meu irmão Gino que além de irmão eu tenho na conta de um amigo. Consenti em seguir o destino que os meus queriam. Iria dar esse último combate e depois prosseguir.
Atenção!
Os relatos acima mostram claramente que as cavidades do Buraco do Bulandim, não foram feitos por Holandeses, mas por exploradores locais.
Carlos Vilela, Joaquim Atanásio (seu Quincas), Josino Vilela e José Cândido e um compadre chamado de Luiz.
Esse é o único relato histórico existente num livro que tenho de posse. Os demais relatos são mitos criados.
23 de outubro de 2024
16 de outubro de 2024
BOM CONSELHO: Buraco do Bulandim ou caverna dos Holandeses? (Parte I)
Relatos históricos retirados do livro de Artur Carlos Vilela (1967)
Desde fins do século XVIII, foi descoberto nas faldas (base de uma serra ou monte) do grande tabuleiro que se denominou Bulandim, o grande buraco que tomou o nome do lugar.
(No relato do autor do livro, entende-se que o buraco do Bulandim não tem uma data certa documentada de seu surgimento.)
Logo começou o murmúrio dos habitantes, cada qual dando sua opinião sobre aquele buraco. Uns diziam que tinha sido feito por negros fugidos para se abrigarem, outros que tinham sido os antigos indígenas que habitavam essas plagas, outros ainda afirmavam que fora feito pelos holandeses que ali deixaram um grande cabedal. Os mais ingênuos acreditavam que ali havia um reino encantado.
(Entendem-se que o Bulandim era uma comunidade bastante povoada, mas não registro de quantas famílias residiam por lá)
Em 1855 apareceu no mesmo sítio um estrangeiro, a procura do tal buraco e arranchou-se em casa do Sr. André, conhecido por Andrezinho e o viajante disse que andava procurando o buraco que se achava no lugar que ele chamava “Lagoa Seca”. Andrezinho tendo compreendido que o lugar que ele chamava “Lagoa Seca” era o mesmo Bulandim de hoje, disse-lhe que era ali o lugar que ele procurava.
É bom observar que 37 anos antes de Bom Conselho tornar-se munícipio autônomo, no ano de 1892, o Bulandim ou Lagoa Seca, era um sopé bastante habitado. Um dos moradores da localidade era conhecido por senhor André (vulgo Andrezinho).
Pergunta-se: Quem era o estrangeiro? Como era seu nome? Veio de qual país estrangeiro? Qual era a familiaridade que esse estrangeiro tinha com esse morador da antiga Lagoa Seca/Bulandim, por logo hospedar-se na casa do senhor Andrezinho? Como tinha conseguido o mapa do “possível tesouro”?
No outro dia seguiram para o lugar procurado. O estrangeiro, depois de verificar bem o local disse a Andrezinho que ali tinha um grande tesouro, do qual era o dono, mas sem ordem do proprietário não pegou uma folha deste monte.
No outro dia, muito cedo estavam ambos de viagem para a fazenda Jocira, onde morava o proprietário, capitão Antônio Anselmo. Tinham de passar pela povoação, hoje cidade de Bom Conselho. Ao entrarem na rua do Corredor encontraram o alarma do povo espavorido com a epidemia de cólera que se tinha desenvolvido.
Analisando: O ano era 1855, mas qual dia e mês que o estrangeiro e o senhor Andrezinho partiram para ver o buraco do Bulandim? Subentende-se que somente existia uma cavidade. Entendemos que a fazenda denominada de Jocira de propriedade do capitão Antônio Anselmo, ficava distante do Bulandim, na região norte (região do Cinturão Verde), por que para chegar lá tinha que atravessar Bom Conselho, que na época era um simples povoado e que passou sufoco com a doença cólera, vitimando uma dezena de pessoas.
Naquela noite, numa mesma rua amanheceram, doze mortos fora os acometidos. Então o estrangeiro resolveu voltar, e chegando à casa deu a Andrezinho um roteiro e descrição do Buraco dizendo: Toma esse papel. Se eu daqui a dois anos não voltar é porque morri; tu vais e tiras o tesouro que será teu. E foi-se.
Outra observação: O estrangeiro chegou, saiu, foi embora e nunca mais voltou. O senhor Andrezinho, morador da Lagoa Seca/Bulandim, recebeu de presente o “possível mapa” do tesouro por ter dado hospedagem ao gringo (sem nome e sem País).
O autor do livro Raízes, Artur Carlos Vilela, não deixa pistas com relação a esse estrangeiro que evaporou misteriosamente. Seria tudo criação da imaginação do escritor?
Passados dois anos Andrezinho procurou o Sr. Manuel Vitorino, que era seu amigo para irem tirar o tesouro, porém escondidos. Quando o capitão Anselmo ia para a fazenda eles iam fazer a escavação, nada conseguindo.
Por fim, morre Manuel Vitorino, ficando o roteiro em poder dos filhos, depois perdendo-se. O seu filho Joaquim Athanásio, ficou com alguma recordação do roteiro e em 1909 e resolveu explorar o buraco, depois de obter licença do novo proprietário.
Entenda: No ano de 1857, o senhor Andrezinho, procurou seu vizinho e amigo, Manuel Vitorino, para retirarem sem nenhum outro morador do Bulandim saber, o “misterioso tesouro”, mas que não deu certo. As terras da Lagoa Seca/Bulandim pertenciam ao capitão Anselmo que morava na região norte, distante aproximados 10 km de onde hoje é o centro da cidade.
É de se observar também que as primeiras pessoas que tentaram desvendar o “tesouro” escondido do buraco do Bulandim, foram, os amigos Andrezinho e Manoel Vitorino, que após falecer deixou o filho, Joaquim Atanázio com a missão de localizar o ouro escondido na propriedade do capitão Anselmo, que até então não sabia desse esconderijo valioso.
Eles tentaram diversos dias, sem nada conseguir, até que um dos seus companheiros lhe disse que só descobriria alguma coisa se pudesse levar o Sr. Carlos Villela "pois era um homem com ideia suficiente para isso”.
Em 27 de novembro de 1909, eu (Artur Carlos Vilela) me achava a braços com uma colheita e um grande plantio de fumo, quando chegou o Sr. Atanásio e convidou-me para fazer parte na exploração do buraco. Eu lhe respondi — Sr. Quincas (Joaquim Atanázio), só lhe direi alguma coisa depois de examinar o buraco, pois eu nunca vi o buraco, apenas ouço contar as fantasias do reino encantado. Disse ele — então iremos amanhã.
No outro dia, 28 de novembro de 1909, minha mulher, que esperava dar a luz amanheceu acometida dos primeiros sintomas de parto. Finalmente, às onze horas, nasceu uma criança do sexo masculino, e eu segui a fim de cumprir o meu trato. Chegando ao ponto indicado não encontrei mais o companheiro.
Passados uns 10 dias, encontramo-nos no dia 8 de dezembro de 1909 e logo entramos no buraco pela primeira vez até um certo ponto, pois a luz da vela não era suficiente. Eu estava satisfeito com o que tinha visto, e o Sr. Quincas passou a contar o que lembrava do roteiro.
Em síntese, a exploração do buraco do Bulandim só começou mesmo pra valer no dia 14 de dezembro de 1909, ou seja, agora no ano de 2024 vai completar 115 anos dessa exploração.
Uma nova observação: Somente 52 anos depois de descoberto é que o buraco do Bulandim foi explorado. Os exploradores foram, seu Andrezinho, Joaquim Atanázio (seu Quincas) e Artur Carlos Vilela.
Na próxima reportagem, falaremos sobre o roteiro do descobrimento do "tesouro escondido".
A história é cheia de aventuras...
Aguardem!
15 de outubro de 2024
Voltando à Caverna dos Holandeses em Bom Conselho
Cada vez que voltamos à caverna dos Holandeses sempre trazemos conosco novos relatos históricos. As cavidades ainda existentes merecem um olhar especial, para resultar num trabalho de preservação.
O vale do Bulandim é um lugar diferente de todos os outros. O clima, o relevo, a vegetação e os atrativos turísticos, servem de estudo e exploração autossustentável. Se você não conhece, a hora é agora.
Ao lado do professor Fábio, fomos compreendendo o tipo de relevo e vegetação que fica no entorno do vale do Bulandim. Região muito próspera e cheia de nascentes perenes, resultado de um rico lençol freático.
Através do projeto Poeta Viagens e Aventuras, estamos documentando um Bom Conselho diferente e rico em potencial cultural e turístico.
8 de outubro de 2024
Luiz Clério foi uma voz ativa na defesa de Bom Conselho
12 de agosto de 2024
9 de julho de 2024
Bom Conselho e seu inverno 2024
5 de julho de 2024
Ex-vereadora Márcia do Angico decide não disputar vereança em 2024
Márcia Rodrigues ou Márcia do Angico como é conhecida |
No seu Instagram, a ex-vereadora Márcia do Angico, informou que não disputará o cargo de vereadora em Bom Conselho no ano de 2024. Confira abaixo o comunicado da ex-vereadora petista da terra de Papacaça:
"Neste momento, venho agradecer ao excelentíssimo Senador da República, senhor Humberto Costa, ao excelentíssimo Deputado Estadual, senhor Doriel Barros, ao ilustríssimo Superintendente do INCRA, senhor Givaldo Cavalcante (Givaldo do sindicato), ilustríssimo doutor Edézio Ferreira ( pré-candidato a prefeito de Bom Conselho-PE), a senhora Judith Alapenha, as lideranças das comunidades, aos professores e população em geral do nosso município pelo apoio e incentivo ao projeto de sociedade que desenvolvo junto a nossa cidade, em especial aos povos do campo, sempre pensando na melhoria e crescimento do nosso povo.
O trabalho que desempenho junto as comunidades, desde os meus 18 anos, sempre foi realizado com muito amor e dedicação, pois, está no meu sangue lutar pelas causas sociais, por mais dignidade, cidadania e inclusão social.
Por isso, venho declarar que não me lançarei candidata a vereadora, neste ano de 2024, porque tenho muitos projetos sociais em andamento, com os quais a população de Bom Conselho será beneficiada.
Portanto, venho externar meus sinceros agradecimentos a toda população e dizer que continuarei lutando por projetos e ações que visam a melhoria do nosso povo.
Como também, declarar meu apoio ao pré-candidato, doutor Edézio Ferreira, pois acredito que juntos lutaremos e ajudaremos a nossa cidade crescer".