As pesquisas já começaram. De maneira setorizada, em Bom Conselho algumas pesquisas estão acontecendo, resultado da proximidade das eleições municipais.
Tomara que os números coletados sejam iguais a atual realidade que vive a população da terra de Papacaça, que sofre com a falta de geração de emprego e renda, mas com uma enxurrada de "promessas fantasiosas" por certos e determinados. Só acredita em promessa é careca que usa peruca, já dizia um velho político alagoano.
O período carnavalesco parece estar sendo proveitoso para os pré-candidatos da oposição. É possível que os goles de cerveja ou as alegrias dos blocos estejam contribuindo para amolecer corações e mentes para chegarem a termo sobre a necessidade de haver consenso e definir o nome que vai enfrentar a máquina da atual gestão municipal na disputa pela prefeitura de Bom Conselho.
Reunidos ontem no tradicional Café do Coronel, local que virou referência para os três pré-candidatos da oposição, Bilica, Dr. Edézio e Piúta, que se definem como Grupo dos Três, estabeleceram a estratégia para viabilizar o anúncio do candidato da oposição até o final de março.
A decisão do fim da tarde de segunda-feira caminhou no mesmo sentido do anúncio feito logo cedo pelo Partido dos Trabalhadores – PT, afirmando que haverá unidade interna e que aquele partido marchará com a oposição. O Grupo dos Três, mesmo sendo composto por membros de outros partidos, conta com Piúta que permeia os dois terrenos, pois ele é do PT, ou seja, é o caminho sendo pavimentado para unificar a oposição, o que, se confirmada dará musculatura na disputa que pretendem travar.
Perguntados se há uma estratégia para envolver a outra liderança do PT, Givaldo do Sindicato, na discussão do nome único, eles disseram: “sempre tivemos como horizonte a unidade de todos numa chapa, vamos trabalhar para confirmar essa expectativa, pois, pelo que sabemos, ele também trabalha nesse sentido”.
Durante a reunião, os pré-candidatos avaliaram ainda a situação financeira de Bom Conselho, tema que preocupa a oposição pois, pelo que se sabe, as contas do município dos últimos anos foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado mas, mesmo assim, a Câmara de Vereadores as têm aprovado, “o que é preocupante e revela pouco caso da casa que deveria fiscalizar os atos do Poder Executivo Municipal com a corte de contas”, disseram. Ressaltaram que apenas os vereadores Gilmar Soldado, Ivete e Neto Ferreira se posicionam de acordo com as orientações do Tribunal.
PT vai compor com a oposição na eleição de Bom Conselho
Ontem, dia do Carnaval de Puluca, enquanto muitos preparavam a fantasia e ajustavam a cordas vocais para a festa do fim de tarde, dirigentes locais e estaduais do Partido dos Trabalhadores se reuniam para discutir a estratégia para a eleição de Bom Conselho. Estiveram reunidos o presidente do PT Estadual, Doriel Barros, o Deputado Federal Carlos Veras e os dois pré-candidatos do partido, Givaldo do Sindicato, Presidente o PT local, e Piúta, membro do Diretório Estadual.
Entre as decisões, a primeira foi para desanuviar a ideia de que não haveria unidade na decisão sobre o nome do partido a ser apresentado para composição de uma frente de oposição, tendo sido definido que o nome será avaliado em conjunto com a direção estadual do partido qual dos dois tem melhor perspectiva na disputa local.
A outra, foi o ajuste dos dirigentes petistas de que a decisão local sobre as alianças e composições prevalecerá, cabendo à direção estadual tão somente observar se as resoluções internas que tratam das possibilidades e campos de alianças possíveis foram respeitadas.
O presidente do PT Estadual, Doriel Barros, que coordenou o evento, disse que “a decisão será do PT municipal, vamos construir aqui um Bom Conselho uma chapa vencedora junto os partidos que compõe a frente de oposição”.
Os Pré-candidatos Piúta e Givaldo do Sindicato ratificaram os entendimentos de que haverá unidade na definição do nome. “Temos certeza de que até o fim março já saberemos qual o nome do partido para compor a chapa que vai disputar a eleição. Todos os dias temos ouvimos que é esse o desejo da população de Bom Conselho”, disseram.
Chegou na redação desse blog, pelo menos três áudios, um, contanto uma fato inusitado da comunidade de Rainha Isabel, zona rural de Bom Conselho, outros dois, uma senhora pelo nome Margarete fazia um apelo ao vereador Gilmar Rodrigues, que é policial militar, para que ele se deslocasse da cidade para ir apaziguar uma divergência entre vizinhas por causa de um peido.
Ouça o relato de uma das moradoras revoltada pedindo a presença do nobre vereador Gilmar Rodrigues da cidade de Bom Conselho.
Para quem não sabe, o distrito de Rainha Isabel tem seus 10 mil habitantes e fica há 25 km do centro da cidade de Bom Conselho. O episódio narrado acima aconteceu no último final de semana.
No próximo mês de outubro muitos servidores, em especial, contratados, das prefeituras (aqueles de empregos arrumadinhos) vão estar em corda bamba, ou seja, serão obrigados a declarar o voto nas passeatas, caminhadas, comícios, reuniões, etc.
Os que nada fizerem ficarão com o "coração na mão" igual a trapezista de circo. Precisará de muito equilíbrio para não ser prejudicado.
É nesse período eleitoral que os prefeitos se aproveitam da ocasião para "massacrar", "ludibriar", "pressionar" e "chantagear", especialmente quem é prestador de serviço, pouco importa a função que exerce.
Mas como o voto é intransferível, individual, secreto, cabe a essa categoria de profissionais da o recado devido na urna.
Acabo de ler nos meios sociais, a programação do CARNAVAL DE RAINHA ISABEL. Não tenho nada contra a Rainha Isabel ter carnaval, acho importante a preservação deste carnaval.
O que não aceito é que a cidade de Bom Conselho o berço de um dos maiores carnavais de todo interior de Pernambuco não ter nada.
A prefeitura com esta atitude, esta ignorando, os 35 mil habitantes da cidade de Bom Conselho, como se nós fossemos um nada.
Espero realmente que o próximo prefeito seja ele quem for, tenha mais respeito pelo o nosso carnaval, eita 08 anos perdido para o CARNAVAL.
Em 1º de janeiro de 1950, Dia da Paz e da Confraternização Universal, nascia na cidade do Rio de Janeiro/RJ, Brasil, a Legião da Boa Vontade (LBV). Por isso, 2020 será um marco histórico na vida de colaboradores, voluntários, amigos, parceiros e de todos os que compartilham desse Ideal da Boa Vontade, que há 70 anos promove a Caridade Completa: a do corpo e da Alma.
Prestando contas ao povo
A LBV atua em todo o país, por meio de 82 unidades de atendimento: são Centros Comunitários de Assistência Social, abrigos para idosos, escolas de Educação Básica e escola de capacitação profissional.
Em 2019, a Instituição alcançou a marca de 13,6 milhões de atendimentos e benefícios, impactando mais de 300 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social. Também beneficiou mais de 40 mil famílias somente no Natal, com cestas de alimentos não perecíveis e entregou, no início do ano letivo, 19 mil kits de material escolar para crianças e jovens em todo o país.
Ao longo do ano, milhares de atividades foram realizadas para crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e gestantes com foco na música, na dança, no esporte, no meio ambiente, na cidadania, na educação, na alimentação, na saúde, na geração de renda, no trabalho, na comunicação, na segurança e na garantia de direitos, visando à melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, de suas famílias e da comunidade onde vivem.
Ações de reflexão, palestras e rodas de conversa também contribuíram para mudar destinos e transformar para melhor muitas histórias de vida.
Solidariedade sem fronteiras
Com o apoio de todos os que acreditam no seu trabalho, a LBV continua sua luta no enfrentamento aos desafios mundiais em prol das populações mais vulneráveis do país e incentivando valores como ética, solidariedade, compaixão, esperança e cidadania, com o diferencial da Espiritualidade Ecumênica.
Cabe ressaltar estas palavras do diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto: “Quando administramos, devemos fazê-lo oferecendo o melhor de nós hoje.
Contudo, sempre mirando o futuro, a almejar uma comunidade, um país, enfim, um mundo pacificado pelo esforço das pessoas de Boa Vontade. Isso quer dizer: agir de forma eficaz no presente, para que o amanhã seja a glorificação do que ousamos realizar agora”.
Conheça a LBV. Apaixone-se pelo trabalho e ajude a multiplicar a Boa Vontade nos corações! Saiba mais acessando: www.lbv.org.br.
O sistema financeiro do país é perverso, ganha sempre. Nos últimos quatro anos, os ganhos dos três maiores bancos privados do país (Itaú, Bradesco e Santander) superaram R$ 260 bilhões
Como bem disse Tom Jobim, o Brasil não é país para amadores. Realmente não é, a cada dia o cidadão se depara com dificuldades e desafios para sobreviver. Desafios como o desemprego, violência, salário aviltante e, no último ano, um governo que mira sempre nos pobres como estes fossem a causa da miséria de que são vítimas.
Esta semana marcada pelas declarações do ministro da Fazenda, também banqueiro, chamando trabalhadores de parasitas e de que dólar deve subir para evitar que empregadas domésticas viagem ao exterior (leia-se pobres, pois esse é o sentido lato da fala), foi também o tempo da divulgação dos lucros dos bancos.
O sistema financeiro do país é perverso, ganha sempre. Nos últimos quatro anos, os ganhos dos três maiores bancos privados do país (Itaú, Bradesco e Santander) superaram R$ 260 bilhões, como mostra a tabela abaixo. Só em 2019 foram mais de R$ 81 bilhões. Quando o quesito é receita de serviços, o valor vai para as nuvens, com arrecadação de mais de R$ 440 bilhões nos quatro anos, dinheiro vindo das tarifas bancárias, anuidades de cartão de crédito, taxas de operações de crédito, pagamento de transferências e outros.
Com preços sempre mais altos, tornam-se fonte relevante dos bancos, ou seja, é a patuleia pagando taxas extorsivas, além dos juros abusivos, para compor os lucros dos banqueiros, os mesmos que se mantêm há séculos no andar de cima. O quadro mostra ainda que, enquanto a inflação no período foi de 17,6%, os ganhos líquidos dos bancos superaram 81% no mesmo período.
No quadro, o dado do Bolsa Família não está descolado nem fora do contexto. Serve para mostrar que o benefício pago para mais de 14 milhões de famílias, correspondente a aproximadamente 50 milhões de brasileiros, representa apenas 30% do que os três bancos ganharam em 2019, para aumentar ainda mais a riqueza de seus os proprietários, que são pouquíssimos.
Os dados abaixo sevem para mostrar como os banqueiros entendem a responsabilidade socioambiental. Os ganhos aumentam, mas as agências e os pontos de atendimentos seguem fechando. Entre 2016 e 2019 foram fechados mais de 2.330 em todo o país. Mais de 2.300 municípios no país não têm uma agência bancária sequer, equivalente ao universo de 17 milhões de pessoas fora do sistema bancário. Há cidades que distam muitas vezes mais de 50 km, forçando as pessoas a realizarem deslocamentos em estradas e transportes inadequados e inseguros.
O nosso país é mesmo desigual, qualquer dado que se avalie mostra a necessidade de políticas públicas para diminuir o fosso existentes entre pobres e ricos do país. Os resultados dos lucros dos bancos, mostrados a cada balanço, revelam como é distribuída a riqueza e ganhos no país, pois o lucro dos bancos leva ainda dinheiro dos juros de 40% da dívida pública do país, ou R$ 1,7 trilhão.
A essas alturas é bem possível que os banqueiros já tenham recebido telefonemas de afagos do antigo parceiro de mercado sobre o resultado pujante dos três maiores conglomerados financeiros do país. Os proprietários desses bancos sim, eles, na visão do ministro, podem ir até morar no exterior. Por certo, como amigos antigos podem até ter trocado impressões do tipo: estão vendo, estamos colocando os pobres nos seus lugares.
Por qualquer lupa que se olhe o Brasil, é fácil perceber que há um grupo que suga a nação há séculos. Representa 1% ou 2% dos brasileiros, são esses que se alimentam sempre dos recursos públicos do país com benefícios fiscais, financiamentos a custo baixo, benefícios tributários e um sem números de leis aprovadas para favorecer grandes empresários, enquanto para o povo sobra o congelamento do imposto de renda, fazendo com que cada vez mais brasileiros paguem impostos.
As profundas desigualdades e os mecanismos de favorecimento e apropriação de recursos do país pelos do poder econômico, permitem concluir que não são os trabalhadores, e muito menos as domésticas, a causa da crise do país. O ministro da Fazendo, ex-banqueiro e representante deles no governo, erra o alvo ao atacar o povo. Ele bem poderia olhar no espelho para saber quem são os parasitas.
Graças ao empenho do vereador Adriano Campos, os terezinhenses foram beneficiados pelo projeto Visão Feliz que retorna a cidade na sua segunda edição.
O projeto Visão Feliz em sua primeira edição foi um sucesso.
Muita gente foi beneficiada com exames de vista com profissionais gabaritados.
Se o primeiro foi bom, imagine a segunda edição.
O projeto Visão Feliz vem dando oportunidade para você que tem pouco dinheiro para fazer a consulta da sua visão.
O vereador Adriano Campo da cidade de Terezinha, convida a todos para participarem da II Etapa Visão Feliz nesse sábado dia 15 de fevereiro no colégio Monsenhor Alfredo Dâmaso com início marcado para as 09 horas da manhã e se estenderá até as 17 horas.
Os agendamentos acontecem com o vereador Adriano Campos, Manoel Tavares ou no Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Não perca essa oportunidade de participar do projeto Visão Feliz nesse sábado na cidade de Terezinha.
O agendamento já começou no referido colégio, das 08 h ás 11 h e das 13 h às 17 horas. Adultos pagam apenas R$ 79 reais pela consulta e crianças até 12 anos de idade, paga-se apenas R$ 40 reais. Já as armações e lente são gratuitos.
Graças a dedicação do vereador Adriano Campos a população de Terezinha vem cuidando da visão, recebendo lentes e armações gratuitamente.
O vereador Adriano Campo da cidade de Terezinha, convida a todos para participarem da II Etapa Visão Feliz nesse sábado dia 15 de fevereiro no colégio Monsenhor Alfredo Dâmaso com início marcado para as 09 horas da manhã e se estenderá até as 17 horas.
O agendamento já começou no referido colégio, das 08 h ás 11 h e das 13 h às 17 horas. Adultos pagam apenas R$ 79 reais pela consulta e crianças até 12 anos de idade, paga-se apenas R$ 40 reais. Já as armações e lente são gratuitos.
Os agendamentos acontecem com o vereador Adriano Campos, Manoel Tavares ou no Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Quando o navegador Américo Vespúcio chegou à foz daquele imenso e caudaloso rio, em 4 de outubro do ano de 1501, os índios chamavam-no de Opará, em tupi. Ou rio-mar. Batizado de São Francisco, talvez possa se dizer: começava aí a sua lenta e gradual destruição.
Em 2019, exatos 518 anos depois, o Velho Chico registrou o mais baixo volume de água de sua história. Literalmente, está sendo soterrado.
Ao todo, são 2.900 km de leito em uma bacia hidrográfica que irriga uma área quase igual à da França, abastecendo 13 milhões de pessoas.
O leito minguou, sendo sugado de um lado, aterrado de outro, poluído por todos. No rio da integração nacional, em certos trechos, não se navega mais.
Os números desse assassinato progressivo e contínuo saltam de um estudo inédito realizado pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos e pela Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Entre outros, o trabalho revela um dado assombroso: o leito do rio recebe por ano nada menos que 23 milhões de toneladas de sedimentos, da nascente na Serra da Canastra, em Minas, à foz no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe. Na prática, é como se a cada ano um milhão de carretas de detritos fossem lançadas na água.
A revista CHICO teve acesso ao diagnóstico, fruto de um ano de levantamentos, que apontam que o soterramento do Velho Chico tem como uma das principais causas a ação humana, especialmente o desmatamento, que desencadeia uma série de outras consequências, em efeito cascata.
“A taxa de erosão de cada uma das fontes sedimentar tem sido impactada pelas modificações humanas da paisagem, que levaram a um aumento geral na produção de sedimentos”, diz um dos trechos do relatório.
De acordo com a Codevasf, o objetivo foi verificar a origem do maior aporte de sedimentos no sistema. “O resultado mostrou que o assoreamento é proveniente da área produtiva, e não das margens”, revela a entidade.
O levantamento foi feito com base em um modelo matemático que leva em consideração diferentes fatores, entre eles a formação de ilhas e depósitos de areia no leito.
“São vários os fatores que produzem o assoreamento de um rio, dentre eles a diminuição de suas vazões, processos erosivos em suas margens, a devastação de suas matas ciliares, o declínio de seus rios afluentes, a superexploração dos aquíferos que garantem o seu escoamento de base nos períodos secos e assim por diante”, explicou Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).
“E todos esses fatores estão hoje presentes e se agravaram no São Francisco. Além disso, quando as chuvas finalmente chegam, ainda carregam excesso de sedimentos, fenômeno típico de qualquer bacia hidrográfica degradada”.
Segundo Anivaldo Miranda, o processo de assoreamento da calha agravou-se bastante em função da falta de chuva. “A estiagem que se prolonga desde 2013 forçou a diminuição controlada da defluência dos reservatórios hidrelétricos, notadamente do Reservatório de Sobradinho”.
Soluções polêmicas
Pesquisadores e técnicos que fizeram o estudo propõem intervenções para conter o assoreamento e aumentar o volume do leito, visando também garantir condições de navegação.
No caso, a bacia do São Francisco – que é “doadora de águas” em um projeto de transposição para o Nordeste – passaria a receber recursos hídricos de outros rios.
Os projetos incluem o desvio de água do Rio São Marcos para o Rio Paracatu (por túnel), do Rio Paranaíba para o Paracatu e do Rio Grande (saindo do vertedouro da Usina de Furnas) diretamente para o Velho Chico.
O estudo também registra um quarto projeto que foi cogitado pela Codevasf “para desviar água da Bacia do Tocantins para a Bacia do São Francisco”, que “não foi considerado” no relatório final.
O trabalho apresenta ainda a proposta de construção de cinco barragens em cursos d’água da bacia: três barramentos no Rio Paracatu, um no Rio das Velhas (município de Santo Hipólito, Região Central) e outro no Urucuia, como forma de aumentar a capacidade de armazenamento e de normalização do curso.
Mas, se transposição e barragens são apontados no estudo como possíveis saídas para o rio, para ambientalistas e professores o mesmo tipo de obra de engenharia agravou os problemas do manancial e ainda pode ser fatal para a bacia.
Um dos estudiosos do Cerrado no Brasil, Altair Sales Barbosa, professor aposentado da PUC de Goiás, destaca que a transposição do São Francisco tende a acelerar o processo de assoreamento.
“As consequências da transposição serão danosas e, em curto espaço de tempo, levarão à morte a maioria dos afluentes do São Francisco, incluindo o próprio rio. Isso acontecerá porque a dinâmica das águas será alterada e o transporte de sedimentos arenosos aumentará de forma assustadora.
Um dos resultados será o assoreamento, já que a maioria dos afluentes do São Francisco corre por áreas cuja característica principal é a ocorrência de um arenito frouxo”, alerta.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, também desaconselha projetos de transposição na bacia do Velho Chico. “A Bacia do Rio São Francisco precisa é de um projeto de revitalização e recursos.
Outros projetos de transposição, além do que já existe no Nordeste Setentrional, não são uma solução para esse momento”, comentou.
Um deserto a caminho
Outro grande problema que a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco enfrenta é o combate ao desmatamento que, inclusive, é uma das principais metas do Plano de Recursos Hídricos do São Francisco (PRHSF). De acordo com o diagnóstico que sustenta o plano, nada menos que 47% da vegetação de toda a extensão da bacia – o equivalente a 8% do território nacional – foi cortada.
O quadro é ainda mais crítico em algumas áreas, como o trecho mineiro do Alto Médio São Francisco, onde a retirada da cobertura vegetal chega a 59%. O estudo alerta ainda para os riscos da desertificação, ampliados pela agricultura irrigada, que provoca salinização dos solos em áreas de drenabilidade deficiente ou nula.
De acordo com dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (LAPIS), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (UFAL), 12,85% do Semiárido brasileiro enfrenta o processo de desertificação.
A estiagem prolongada também potencializa o processo da desertificação. A falta de chuvas, que se intensificou no ano de 2013, quando foi registrada a pior seca dos últimos 50 anos, aliada a outros fatores, deixa a paisagem ainda mais cinza, o chão rachado e um aspecto desértico, acarretando uma série de problemas sociais.
O professor Humberto Barbosa, coordenador do LAPIS, afirma que o processo de reversão da desertificação é possível, mas que representa um custo muito alto. “As áreas degradadas não têm mais vida, são desertas, e já correspondem a uma área considerável do Semiárido de Alagoas.
Eu diria que entre 15% e 20% do solo já estão comprometidos. As chuvas podem ajudar a melhorar a situação, mas é preciso que o desmatamento e a exploração excessiva dos recursos naturais cessem”, enfatiza o professor.
O membro do CBHSF e especialista em Direito Ambiental, Marcelo Silva Ribeiro, esclarece, ainda, sobre as ações do CBHSF para combater o processo de desertificação na bacia.
“O Comitê vem atuando fortemente em projetos voltados ao uso sustentável dos recursos hídricos. O CBHSF incorporou a filosofia de que é impossível combater a seca.
O que se pretende é o convívio sustentável com as inevitáveis secas, de tal forma que os impactos provocados pela falta de chuvas regulares sejam mitigados mediante o uso racional da água”, diz.