SEU ANTÔNIO SOBRINHO E O TOMADOR DE RUM
Foi batizado com o nome de Antônio Tenório da Silva Sobrinho,
era baixo, cabelos louros que com o tempo ficou branco, cor branca e troncudo.
Seu Antônio Sobrinho não tirava um cigarro da boca por nada. Toda vez que você
encontrava ele, o cigarro estava na boca, tanto fazia ser acesso ou ser
apagado, o importante era ter um cigarro na boca.
Seu Antônio Sobrinho fez, varias coisas na vida, cambista,
dono de bar, funcionário público etc. Gostava de tomar uma cachacinha, e quando
bebia ficava valente, deu muito tapa no pé do ouvido de neguinho, adorava uma
confusão, e era valente, não abria parada para ninguém.
Este fato que eu vou lhes contar eu estava presente e vi com
estes olhos que a terra há de comer. Era dezembro, a cidade vai se preparando
para as festas de final de ano. Uma das atrações são as barracas de bingo. O
povo de nossa cidade é realmente chegado a jogar bingo. Pois bem, faltava dois
dias para o natal. Estávamos na Praça Dom Pedro II eu, Fernando Tenório e outro
companheiro que não lembro do nome, resolvemos jogar uma partida de bingo. Esta
barraca ficava localizada ao lado da praça, em frente ao corpo e cabelo. Na
quinta partida Fernando Tenório ganhou, e como prêmio pediu uma garrafa de Rum
Montila.
Quando nós vamos saindo para tomar o Rum, aparece um sujeito
e diz - se vocês me derem esta garrafa de rum eu tomo ela todinha de um gole
só. Nós achamos que era brincadeira dele, porém ele repetiu o que disse e nós não
tivemos dúvida demos a garrafa de rum para ele, meus amigos eu nunca tinha
visto uma coisa daquela, pois o infeliz tirou a tampa da garrafa e colocou na
boca e derramou o litro todinho goela abaixo, nesta altura do campeonato já
tinha juntado gente, praticamente o povo que estava no bingo veio olhar a
presepada. Não deu 5 minutos e o cabra começou a suar, e passar a mão na testa,
nisto seu Antônio Sobrinho já estava junto do cabra, com mais 2 minutos o cabra
cai, seu Antônio Sobrinho segura o cabra e levanta e tenta reanima-lo e ele com
as perna bamba, quando seu Antônio solta ele cai de novo, seu Antônio levanta
ele de novo e dar-lhe um tapa no pé do ouvido, que o bicho cai feito um
molambo, seu Antônio Sobrinho levanta ele de novo e pede desculpa pois o tapa
foi sem querer, quando consegue aprumar o bicho, dar-lhe outro tapa no pé do
ouvido e o bicho cai no chão feito molambo, seu Antônio Sobrinho levanta ele de
novo e novamente pede desculpa pois o tapa saiu sem querer, quando seu Antônio
Sobrinho apruma o bicho de novo, dar-lhe outro tapa, quando ele cai no chão se
levanta numa ligeireza e sai correndo, atravessa a praça e segue rumo a Rua do
Caboje, nunca vi uma recuperação daquela na minha vida, todo mundo ficou sem
entender nada. É quando seu Antônio Sobrinho diz – aquele cabra safado estava
fazendo encenação, pois em pouco tempo não dava para ficar bêbado, agora tenham
certeza daqui a uma 20 minutos ele vai colocar os bofes pela boca e deu uma
bela gargalhada no que foi seguida por todos.