24 de novembro de 2022

A letalidade da rodovia AL-130 entre Olho d'Água das Flores e Santana do Ipanema

Se você já viajou ao sertão de Alagoas e fez o percurso entre os municípios de Olho d'Água das Flores e Santana do Ipanema pela rodovia AL-130, que tem uma extensão de 19,8 km, talvez não tenha percebido a sua letalidade. Como um bom observador (coisa de virginiano), idealizei esta pesquisa.

Mas como percebemos isso? Simples. Prestando atenção e contando quantas "casas de oração", "cruzes", sinalizando a existência de pessoas mortas, vítimas de acidentes automobilísticos. Chegamos a contabilizar cerca de 25 "casas de oração". Isso nos referimos aos acidentes com vítimas fatais. Não contabilizamos o número de acidentes com vítimas leves e graves(que tem um número alto também).

Na última vez que passei por esse trecho contei (sem exageros), cerca de 25 locais que tem as marcas da violência do trânsito. Impressionante, que a maioria das vítimas fatais foram jovens numa faixa etária entre os 19 e 35 anos de idade.

Você que não conhece deve perguntar, e tem tantas curvas neste trecho de 19 km? Não, não tem. É um percurso reto com aclives e declives e com uma pavimentação renovada, porém, em tempos anteriores, o desprezo do trecho pelas autoridades, quando a buraqueira era grande, tenha sido um dos motivos de tantos acidentes.

Existe um outro fator que provocou tantas mortes e a acidentados, a imprudência. 

A imprudência está relacionada a alta velocidade, ultrapassagens mal sucedidas, embriaguez ao volante, além da imperícia e negligência.

A AL-130 começa em Pão de Açúcar, cidade ribeirinha do rio São Francisco e termina na cidade de Ouro Branco, que é cortada pela rodovia federal BR-423, totalizando 80,2 km de extensão.

Veja como esta rodovia é subdividida.

Pão de Açucar a Olho d'Águas das Flores = 31,8 km

Olho dÁgua das Flores a Santana do Ipanema = 19,8 km

Santana do Ipanema a Poço das Trincheiras = 7,9 km

Poço das Trincheiras a Maravilha = 12,8 km

Maravilha a Ouro Branco = 7,9 km 

Andei por todo o trecho da AL-130 e o único trecho milindroso para quem trafega de carro ou moto é o que interliga Olho 'Água a Santana.

Então já sabe. Vai trafegar pela AL-130? Tenha cuidado redobrado, não importa o horário, o perigo é iminente.

No próximo post, identificaremos as vítimas destes acidentes no referido trecho da AL-130.

Mutirão nacional permite negociar dívidas até 30 de novembro


Até a próxima quarta-feira (30), consumidores podem negociar dívidas em atraso com condições especiais por meio do Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira. A ação é uma iniciativa conjunta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Banco Central (BC), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e de Procons de todo o país.

De acordo com a Febraban, instituições participantes do mutirão oferecem, por exemplo, parcelamentos, descontos no valor da dívida e taxas de juros reduzidas para refinanciamento.

Podem ser negociadas dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e nas demais modalidades de crédito que estejam em atraso e não possuam bens dados em garantia.

Como participar

Quem tem interesse em participar deve acessar a página do mutirão. Lá, e possível acessar o Registrato, sistema do Banco Central que leva à lista de dívidas em nome do consumidor.

Pico do Jabre: Suas riquezas e belezas naturais que te fascinam

A Pedra do Vento está localizada numa camada rochosa no lado sul do parque estadual Pico do Jabre, zona rural do município de Matureia, sertão paraíbano.
 
Claudio André  e Luciana Ferreira, os trilheiros que buscam conhecer os lugares mais bonitos da Paraíba.

Acordar cedinho da manhã, ouvir e contar causos, sentir a brisa da manhã, tocar o orvalho da madrugada e ouvir o cantarolar dos pássaros é uma grande experiência.

No meu canal no Youtube tem uma reportagem muito legal, onde tivemos uma grande aula de sabedoria popular com os amigos João Vianey e o cantor Elizenark.

Uma caminhada de 1,3 km por dentro da caatinga, foi muito prazerosa. A caatinga, único bioma que só existe no Brasil, tem muita história e vivência dos sertanejos que nos dão novas oportunidades para conhecer nossa fauna e flora.

Essa rocha tem a geoforma de uma tromba de elefante. Esse bloco rochoso granítico passa ainda por transformação devido a ação do intemperismo.

Pelo menos para nós, não é todo dia que estamos perto de lugares assim. Vale todo e qualquer esforço para estar neste lugar.

Vegetação tipicamente de caatinga. Um solo raso que deixa aflorado os matacões e lajeiros rochosos ainda sendo moldados pela ação do tempo.

Você que está vendo essa imagem, faça uma descrição de uma lugar assim. O sertão da Paraíba tem cenários incríveis, mágicos, exuberantes. Chegar a esse local o caminho é pelo sítio Saco, distante 05 km do centro da cidade de Maturéia, sertão da Paraíba.

O lado sul do Pico do Jabre...

pico do Jabre é o ponto culminante do estado brasileiro da Paraíba. Com 1.197 metros de altitude, o pico localiza-se no município de Matureia.

Este é o cantor e compositor Luciano Vianey, camarada simples e muito inteligente.

O entorno do Pico do Jabre tem uma área de preservação ambiental, onde flora e fauna tem suas riquezas expostas ao tempo.

23 de novembro de 2022

Capacidade instalada de energia solar sobe 59% no Brasil em 2022

A capacidade instalada de geração de energia solar no Brasil registrou alta de 59,4% de janeiro a novembro deste ano, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O salto no período foi de 13,8 gigawatts GW para 22 GW.

O dado corresponde à soma da capacidade de usinas de grande porte e dos sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

A expectativa é a de que em breve a fonte ultrapasse a capacidade instalada da energia eólica no país, que hoje é de 23,2 GW.

A capacidade instalada de geração de energia solar corresponde a 10,8% da matriz elétrica do Brasil (ou duas usinas de Belo Monte, no Pará).

Segundo a Absolar, a fonte solar já trouxe ao país, nos últimos dez anos, algo em torno de R$ 114 bilhões em novos investimentos, além de uma arrecadação de R$ 35,7 bilhões e 660 mil empregos.

De acordo com a entidade, a energia solar já evitou a emissão de 30,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

FPI autua suspeito de manter animais silvestres em cativeiro no sertão

Vale do Traipu, Bom Conselho/PE

Durante operação nesta quarta-feira (23), um homem foi autuado por três crimes e uma espingarda, além de munições e material de caça, foram apreendidos pela Equipe de Produtos de Origem Animal. 

A ação foi realizada pela 11ª Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio Francisco, na zona rural de Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas.

Segundo informações da FPI, ao chegar na residência alvo da fiscalização, a equipe se deparou com dois cães de caça da raça Perdigueiro. 

Ao ser questionado no local, o homem confirmou que havia uma espingarda, além de 39 munições de calibre 44, 38, 22, 20 e 32. Havia ainda 18 munições deflagradas de calibre 38 e 20. Também foram encontrados diversos materiais de caça, pólvora, espoletas e outros.

22 de novembro de 2022

Notinha: Movimento mundial chamado #GivingTuesday (terça-feira de doação)


No próximo dia 29 de novembro, ocorrerá mais uma edição do Dia de Doar, com diversas ações pelo país. A iniciativa, que visa promover um país mais solidário e fortalecer o hábito da doação no cotidiano das pessoas, tem o propósito de gerar uma onda de Solidariedade, por meio do estímulo à prática da generosidade. Pessoas físicas, empresas e organizações têm um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar.


A Legião da Boa Vontade (LBV) também participa desse movimento e intensificará sua campanha de arrecadação de alimentos para compor as mais de 50 mil cestas que a Instituição entregará no mês de dezembro para milhares de famílias em vulnerabilidade social em 250 municípios brasileiros.


Faça parte desse time solidário: vamos juntos vencer a fome! 

Acesse: www.lbv.org.br e doe quantas cestas puder.

Faça uma transferência bancária via PIX pelo e-mail: pix@lbv.org.br

Ligue para o telefone: 0800 055 50 99.

Leve sua doação à LBV mais próxima: www.lbv.org/enderecos



____________________________________

Sobre o Dia de Doar

O Dia de Doar faz parte de um movimento mundial chamado #GivingTuesday (terça-feira de doação). A iniciativa aconteceu pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2012, e é realizada sempre na terça-feira após o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), uma resposta solidária à Black Friday e à Cyber Monday. No Brasil, a primeira edição ocorreu em 2013, e, no ano seguinte, o país entrou oficialmente no movimento global. Liderado pela ABCR (Associação Brasileira de Captação de Recursos), a data comemorativa faz parte da rede do Movimento por uma Cultura de Doação e, neste ano, conta com a parceria do Instituto Mol.


Este ano, o Dia de Doar está incentivando também a realização das campanhas comunitárias que mobilizam recursos locais para que sejam investidos na própria comunidade. 

Nuvem de insetos invade cidade e assusta moradores no interior da PB

Moradores da cidade paraibana de Santa Helena (PB), no Alto Sertão do estado, ficaram assustados com o aparecimento de uma grande infestação de insetos neste final de semana. Vídeos, que circularam nas redes sociais e aplicativos de compartilhamento de mensagens no último sábado (19), mostram a dimensão da invasão.

De acordo com Jean Ferreira, que atua como biólogo na região, o inseto em questão é da família dos psilídeos, uma espécie de mini cigarra ovípara que se alimenta de folhas e brotos de plantações.

O especialista afirmou que a possível causa da infestação é climática, já que o segundo semestre é a época de reprodução. Cada fêmea pode produzir de 600 a 800 ovos.

Chuvas associadas ao calor favorecem as brotações nas plantas e tornam o ambiente suscetível à alimentação e reprodução desses insetos. O que os faz se concentrar nessas regiões.

A situação deu o que falar na cidade e muitos moradores tiveram que ficar com as portas fechadas e as luzes apagadas, já que a iluminação atrai essa espécie de inseto.

Alguns moradores aproveitaram a situação para fazer piada, por conta de um evento que deve ser realizado nos próximos dias na cidade. Usuários das redes sociais sugeriram que o kit para ir ao tal evento seja uma roupa de apicultor, uma lata de inseticida spray e até uma raquete mata moscas.

Morre o cantor e compositor Erasmo Carlos


Erasmo Carlos morreu nesta terça-feira (22/11). O cantor e compositor havia sido internado ontem de manhã no Hospital Barra D’or, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, às pressas.

Erasmo havia recebido alta no início do mês após ficar internado por nove dias no hospital, com um quadro de edema.

A esposa de Erasmo Carlos, Fernanda, estava ao lado do cantor na hora da morte. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Erasmo Carlos tinha 81 anos e vinha há alguns meses tratando uma síndrome edemigênica, doença que ocorre quando há um desequilíbrio bioquímico, dificultando a manutenção dos líquidos dentro dos vasos sanguíneos. Geralmente é causada por doenças cardíacas, renais ou dos próprios vasos.


Consulta de vista grátis será dia 17 de dezembro na Ótica Bom Conselho

21 de novembro de 2022

Pedra do Vento - Atração turística de Maturéia, sertão da Paraíba

Pedra do Vento, uma formação rochosa em cima de uma grande rochedo granítico, com uma altitude acima dos 800 metros. Chegar até esse local é uma aventura indescritível.
 
Acompanhado do contador de causos, João Vianey e do cantor Elizenark, além do compositor Luciano Vianey, fizemos uma trilha de 1300 metros de caminhada por dentro da caatinga paraibana. A distância está relacionada do ponto de apoio que fica no sítio Saco, oeste de Matureia, a capital paraibana de voo livre, até o cume da Pedra do Vento.

Esta rocha granítica lapidada pelo intemperismo está a uma altitude de quase mil metros e a vista da cordilheira é tirar o fôlego. A pedra do Vento recebeu este nome por que fica virada para o leste do município de Matureia e o vento bate com força na rocha lapidando-a lentamente.

Quando subíamos rumo a Pedra do Vento em Matureia, PB, encontramos esse tipo de palma. Além de servir como forragem, as palmas Orelha de Elefante Mexicana também estão servindo para aumentar a renda de agricultores. Alguns deles estão destinando parte da área para a plantação da variedade.

O florido do pé de jurubeba deixa a caatinga ainda mais bonita. Na minha infância tomei muito lambedor da jurubeba, preparado por minha avó, Dominga. A jurubeba também possui inúmeros benefícios para a saúde, como ação anti-inflamatória, descongestionante, digestiva, diurética, além de agir contra a febre, proteger fígado e ser um ótimo tônico vascular.

A partir que fomos embocando na caatinga, várias plantas nativas exalavam cheiros diversos, adocicados, fortes, leves, aromas para todos os gostos, inclusive, o florido e cheiro do Cipó-alho, com suas flores roxas.

O florido do Cipó-alho no meio da caatinga na região do Pico do Jabre... O cipó-alho tem muitas utilidades. É usado como planta ornamental; na medicina popular é empregado no alívio dos sintomas de doenças como gripe, reumatismo e artrite. Já na culinária, é utilizado pra ressaltar o sabor dos alimentos. E também serve como repelente.

Esse cajueiro está com seus galhos em cima de um rochedo devido a sua expansão.

Neste período, os umbuzeiros ficam com a folhagem renovada para em janeiro do próximo ano possam botar muitos frutos.

Todo o entorno do Pico do Jabre tem característica de uma ação vulcânica há milhões. Há uma grande variedade em matacões rochosos graníticos.

Cada vez que andávamos, mais íngreme ficava o terreno, entre rochedos e vegetação de caatinga começamos a compreender toda a formação da cordilheira que fica no entorno do Pico do Jabre.

De cima da pedra do Vento pudemos ter essa vista panorâmica do Pico do Jabre, ponto mais alto da Paraíba.

A unidade possui área de 500 hectares; é o ponto culminante do Estado da Paraíba e ponto culminante do nordeste setentrional, sob domínio da unidade estrutural maciço de Teixeira. Está situado no alto sertão do estado da Paraíba, na região imediata do município de Patos-PB.

Num vale que fica no lado oeste do Pico do Jabre, os ipês roxos estão todos floridos embelezando ainda mais o sertão paraibano.

É visível o resultado do intemperismo.
O rochedo granítico com grandes fissuras.

Criado em 1992 com área inicial de 500 hectares, o Parque Estadual Pico do Jabre teve seu território ampliado para 852 hectares no ano do seu décimo aniversário, em 2002.

O Pico do Jabre é o ponto mais alto da Paraíba, com 1.197 metros de altitude. Na imagem acima está uma das formações rochosas esculpida pela ação do intemperismo físico e químico.

Eu e o amigo cantor Elizenark, rumo a Pedra do Vento. Uma vivência sensacional.

Fizemos uma transmissão ao vivo pelo Instagram quando já estávamos na Pedra do Vento, que fica no lado sul do pico do Jabre. Uma vez por ano acontece o evento de encontro de pilotos de asa delta, parapentes. 

E assim começou a caminhada rumo a Pedra do Vento em Matureia, sertão da Paraíba, distante 45 km da cidade de Patos.

Eu e meu amigo cantor Elizenark. Esse camarada é um grande talento musical da Paraíba. Tem potencial para um grande artista da música brasileira.
O que dizer desta formação rochosa que ainda está em transformação?

Eu e  Luciana mais uma vez visitando Matureia e desta vez fomos conhecer a Pedra do Vento. Foi uma hora de caminhada por dentro da caatinga e muitos registros fotográficos, eternizando esse grande momento no território paraibano.


Quer saber mais?



19 de novembro de 2022

Caverna dos Holandeses completará 113 anos de sua descoberta e nada de encontrar ouro

Esta é a principal cavidade da caverna.

Desde fins do século XVIII, foi descoberto nas faldas do grande tabuleiro que se denominou Bulandim, o grande buraco que tomou o nome do lugar. Logo começou o murmúrio dos habitantes, cada qual dando sua opinião sôbre aquêle buraco. 

Uns diziam que tinham sido feito por negros fugidos para se abrigarem, outros que tinham sido os antigos indígenas que habitavam essas plagas, outros afirmavam que fôra feito pelos holandeses que ali deixaram um grande cabedal. Os mais ingênuos acreditavam que ali havia um reino encantado.

Em 1855 apareceu no mesmo sítio um estrangeiro, a procura do tal buraco e arranchou-se em casa do Sr. André, conhecido por Andrèsinho e o viajante disse que andava procurando o buraco que se achava no lugar que êle chamava “Lagoa Sêca”. 

Andrèsinho tendo compreendido que o lugar que êle chamava “Lagoa Sêca” era o mesmo Bulandim de hoje, disse-lhe que era ali o lugar que ele procurava. 

No outro dia seguiram para o lugar procurado. O estrangeiro, depois de verificar bem o local disse a Andrèsinho que ali tinha um grande tesouro, do qual era o dono, mas sem ordem do proprietário não pego uma fôlha dêste monte.

No outro dia, muito cedo estavam ambos de viagem para a fazenda Jocira, onde morava o proprietário, capitão Antônio Anselmo.

Tinham de passar pela povoação, hoje cidade de Bom Conselho. Ao entrarem na rua do Corredor encontraram o alarma do povo espavorido com a epidemia de cólera que se tinha desenvolvido. 

Naquela noite, numa mesma rua amanheceram, doze mortos fora os acometidos. Então o estrangeiro resolveu voltar, e chegando a casa deu a Andresinho um roteiro e descrição do Buraco dizendo: "Toma esse papel. Se eu daqui a dois anos não voltar é porque morri; tu vais e tiras o tesouro que será teu". E foi-se.

DEPOIS DE 02 ANOS

Passados dois anos Andresinho procurou o Sr. Manuel Vitorino, que era seu amigo para irem tirar o tesouro, porém escondidos. Quando o capitão Anselmo ia para a fazenda eles iam fazer a escavação, nada conseguindo. Por fim, morre Manuel Vitorino, ficando o roteiro em poder dos filhos, depois perdendo-se.

O seu filho Joaquim Athanásio, ficou com alguma recordação do roteiro e em 1909 ressolveu explorar o buraco, depois de obter licença do nôvo proprietário. Tentou diversos dias, sem nada conseguir, até que um dos seus companheiros disse-lhe que só descobriria alguma coisa se pudesse levar o Sr. Carlos Villela "pois é um homem que acho com idéia suficiente para isso”.

Em 27 de novembro eu me achava a braços com uma colheita e um grande plantio de fumo, quando chegou o Sr. Atanásio e convidou-me para fazer parte na exploração do buraco. Eu lhe respondi

— Sr. Quincas, só lhe direi alguma coisa depois de examinar o buraco, pois eu nunca vi o buraco, apenas ouço contar as fantasias do reino encantado. Disse êle — então iremos amanhã.

No outro dia, 28 de novembro, minha mulher, que esperava dar a luz amanheceu acometida dos primeiros sintomas de parto. Finalmente, às onze horas, nasceu uma criança do sexo masculino, e eu segui a fim de cumprir o meu trato. Chegando ao ponto indicado não encontrei mais o companheiro.

Encontramo-nos no dia 8 de dezembro e entramos no buraco até um certo ponto, pois a luz da vela não era suficiente. 

AS MEDIÇÕES

Eu estava satisfeito com o que tinha visto, e o Sr. Quincas passou a contar o que lembrava do roteiro. Dizia o roteiro que o recinto onde se acha o tesouro, fica entre a segunda sala; mandava medir da bôca do buraco para tal parte 600 pulos, porém o Sr. Quincas não sabia para onde era a direção da medida, se para dentro ou para fora.

Disse-me êle que na bôca do buraco, que era como a de um fôrno, existia um letreiro, em língua estrangeira. Havia ainda um portão que dava entrada para o recinto do tesouro, que era constituído por 60 taxões cheios de ouro em barras, uma arca cheia de pedras preciosas, um caixão com moedas, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição com um diamante na cabeça que iluminava todo o recinto.

Feita esta descrição eu disse: Sr. Quincas, se houver êsse recinto na exploração, Ele dá sinal, e se der eu entrarei nele.

Tratei de procurar sócios que foram o Sr. Josino Villela (meu irmão) e o Sr. José Cândido, meu cunhado.

O documentarista Cláudio André O Poeta tem novas descobertas sobre a caverna dos Holandeses...

Assim, tudo organizado, no dia 14 de dezembro de 1909 teve começo nossa exploração.

Três dias depois, o Sr. Quincas disse: — “por minha parte está feita a exploração...”

Perguntei — Por que? Eu estava sentado, de lado, prestando atenção ao trabalho e tinha visto o que êles não viam. Respondi — pois Sr. Quincas — “Para mim agora é que vamos começar. O Sr. e seus companheiros não viram que cortaram um aterro batido a macete! Os Srs. não viram.” Teremos que seguir Este aterro, pelo que vejo o segredo está abaixo dele. Sigam com o trabalho para tirar todo êste aterro até sairmos na bôca.

E, deixando estas ordens, retirei-me. Seguiram a arrancar o aterro encontrando o fundo do buraco; quando chegaram a segunda sala. depois de termos passado pela terceira, o recinto deu sinal que existia, porém não se compreendia para onde era aquele som. Quando chegou-se a desencavar toda a sala, que era maior e tinha para baixo a mesma abóboda que tinha para cima, passamos ao resto do buraco até a bôca, aonde do lado esquerdo de quem entrava, encontramos uma arcada cheia de entulhos. Por ela seguimos, com trinta palmos fêz virada para dentro da serra.

Seguimos, e na distância de 40 palmos, tornou a virar paralela ao buraco. Eu fazia mil estudos e não podia decifrar nada! Avaliava ser o recinto para o centro do tabuleiro, e, assim persuadido pensei em fazer um túnel para aquela direção. Ao lado direito da 2ª sala, entrei direto para o centro da serra e com uns trinta palmos de escavação, pude conhecer que o som ficava para a esquerda, por onde entramos e então fui conhecendo que o som era para baixo. 

Fomos então descendo até que achei que estava em cima do recinto. Furei quarenta palmos, parecendo pelo som estar muito perto do recinto. Era porém engano do ouvido. Quando vi que estava muito longe dei por findo o meu trabalho, e voltando para a abertura do boeiro aí fiz outro buraco em frente ao que tinha deixado. 

Quando chegou a 20 palmos os caboclos recuaram e não quizeram mais trabalhar. Vi-me então forçado a pegar a picareta e continuar o trabalho. Fui descendo e à proporção que descia maior era o som e eu tendo mais certeza da existência do recinto, dizia: “por aqui arrombarei esta fortaleza”. 

Quando cheguei aos cinqüenta palmos maior era o barulho. Eu descia por uma corda e a terra subia em carretel; e fui continuando esse penoso e arriscado trabalho, trabalhando muito pois fazia dois palmos por dia

Um dia, depois de fazermos o bode (refeição) eu descí; quando estava a uns 50 palmos, quebrou-se a corda. A minha fortuna foi eu ter deixado aqui e acolá um pau de travessa: quando a corda arrebentou eu estava junto a um deles e escanchei-me; a descida da corda e o baque em baixo foram um estrondo enorme.

Uma das nove cavidades da Caverna dos Holandeses

Passado aquele barulho, eu estava firme no pau, e encostado à parede gritava pelos companheiros, porém êles não me ouviam e quando finalmente viram meu estado, ficaram estupefados e eu gritei que me dessem uma corda pois eu já não suportava mais a posição. Peguei a corda, descí e continuei meu trabalho.

Já estávamos no mês de julho e eu não conseguia arrombar aquela fortaleza. Cortava sempre, encontrando a mais dura argamassa. Depois de 300 palmos encontrei uma abóbada que eu cortava de lado, largando uma espécie de mosaico. Era uma coisa admirável! Às vêzes sentava-me meditando e dizia comigo: — aqui andou a mão do homem.

Assim continuava e ia-me aproximando do vácuo que eu conhecia o som, que era mais de metal que do buraco. Até que senti querer desabar. Então, a coisa que eu avaliava fácil tornou-se um verdadeiro abismo. Chamei o compadre Luis para descer e vir até a mim. Ele tentou, porém com uns 50 palmos disse: — Compadre está me dando uma coisa! Eu respondí: — Então volte, se você cair aqui ficará, a corda do carretei não aguenta um homem. Volte!

Ele obedeceu e eu fiquei a meditar e pesar os fenômenos que aquele desabamento acarretaria. Eu não tinha medo da caída do tampo de barro e sim da fumaça, da poeira, do estrondo e da subida por uma corda 38 braças. Não era coisa de pouca importância. 

Depois de pensar deliberei deixar o buraco e não expor minha existência. Iria tentar noutro lugar pois bem compreendia que o túnel prolongava-se pelo monte abaixo e deixei o buraco para sempre.

Eu estava no meu senso e não ia fazer o papel de Silva Jardim no Vesúvio. E assim abrimos novo buraco. Deliberei fazer por ali o arrombamento e seguir sempre cortando argamassa — paredes todas caiadas de óca amarela, outras côr de chumbo, era uma maravilha: já estavamos em março de 1911.

E assim continuou Carlos Villela a fazer a escavação. Toda a família pedia-lhe para desistir. Seus recursos foram minguando e os companheiros o abandonaram até que ficou completamente só. Mas continuemos a ler sua lembrança...

Das 09 cavidades, você tem acesso a pelo menos 04, mas é recomendado ir com um guia local...

O que para mim era pesado demais era cavar e tirar a terra, porém o meu fim era aquela descoberta custasse o que custasse, às vêzes deixava a picareta para saborear um cigarro e sentava- -me sôbre a terra e pensava em como eu sujeitei-me àquele exílio voluntário, deixando a sociedade da qual fazia parte, e me achava naquele estado, sujeito à intempérie, aos bichos peçonhentos e às muruanhas que queriam me comer vivo, a uma luta sem fim! 

Mas não posso deixar. Sei que tem a fortaleza e que eu continuando a perseguir hei de vencer. Nesta ocasião lembrava-me dos fatos heroicos de todos os tempos e dizia comigo mesmo, eu serei um dia também um herói assim que eu vencer este gigante.

Já estávamos em dias de outubro e eu continuava com o trabalho sempre com esperança pois eu mais ou menos conhecia que estava perto do aludido portão. Portanto era preciso fazer da fraqueza, força. Pois não tinha mais apelação de recursos nem físicos nem morais. 

Portanto era forçoso deixar. Não podia mais resistir ao peso do trabalho que estava a completar quatro anos e o arrojo de todos os meus conhecidos e parentes, e principalmente do meu irmão Gino que além de irmão eu tenho na conta de um amigo. Consenti em seguir o destino que os meus queriam. Iria dar esse último combate e depois prosseguir.

Textos retirados do Livro Raizes de Artur Carlos Vilela, primeiro desbravador da Caverna dos Holandeses


Imagens: Claudio André O Poeta

18 de novembro de 2022

O tempo nem resolve e nem cura nada... É você mesmo que resolve, ponto.

Leitura dentro da caatinga...
Dizem que o tempo resolve tudo. 

A questão é: Quanto Tempo?!

E aí tempo? 

Não era você que iria resolver tudo?

Parece que a cada dia que passa os problemas só vão aumentando né?! E quando você finalmente consegue solucionar um, muitos outros surgem. 

Isso vai ficando desgastante, tornando sua vida um labirinto, cheio de obstáculos, decepções, fazendo com que você desista de seguir em frente, e então comece a pensar em um meio de se livrar da dor, da angústia, da insatisfação, da desesperança, causada por esse labirinto. E no meio de algumas formas de libertação que vem na sua cabeça, se destaca a morte. 

Quem nunca, quando estava reclamando dos seus problemas para alguém, ouviu a famosa frase ''O tempo resolve tudo.'' ? Pois é, eu cheguei a acreditar nessa frase, repassei ela para outras pessoas... 

Até eu perceber que que o tempo só estava passando e passando, dias, mês e anos, e os meus problemas continuavam lá, intactos. 

Pensei, "Será que devo esperar mais tempo ?! Afinal, disseram que o tempo resolveria tudo, mas não me disseram quanto tempo era necessário para isso acontecer.'' 

Esperei mais um tempo, alguns meses. E como já havia previsto, nada foi resolvido. Ao contrário, as coisas só estavam piorando, os problemas só iam aumentando. Então, resolvi esquecer esse tal tempo que ''arrumaria'' tudo em minha vida, e resolvi seguir o labirinto, sem nenhuma ajuda. 

Corri, fui forte, não desisti, voltei a ter esperanças e lutei, com as minhas próprias mãos. Enfrentei todos obstáculos, derrubei muitas barreiras e ergui muitas conquistas. E adivinhem?! Consegui, cheguei ao final do labirinto. Posso dizer que nasci de novo. 

O tempo pode até resolver sim, mas não é algo concreto. Você vai querer correr o risco?! Espero que sua resposta seja ''Não''. Não fique aí sentado(a), levante, lute, derrube seus problemas e vença o labirinto. Aconteça o que acontecer, não perca as esperanças. 

''Não espere o tempo resolver tudo sozinho, nada vai acontecer se você também não tomar suas próprias atitudes.''

Texto de Millena D'arck 

Você é uma caducifólia ou perenifólia

Tronco da umburana-de-cambão

Dias atrás em uma trilha ecológica, encontrei uma vegetação caducifólia, onde percebi que os mulungus, os cajueiros, as umburanas de cambão, por exemplo, estão sempre renovando suas folhagens (conforme a estação).

Percebi que muitas vezes temos que aprender com essas árvores a tática da renovação, ou seja, tirar de nós "folhagens" que muitas vezes nos sufoca e tira o fôlego de renovar-se para seguir em frente.

A vegetação caducifólia perde a folhagem para outra nascer e seguir seu ciclo de reprodução, enquanto que a perenifólia, só perde a folhagem original quando a outra nasce, para não ficar desprovida as intempéries do tempo e não perder sua beleza natural. 

Quanta sabedoria da natureza! 

E você que ler esse texto agora, qual vegetação você é? Como faz para não perder suas razões, especialmente quando a vida te propor uma decisão difícil e árdua?

E agora, você é uma caducifólia ou uma perenifólia?