
COLUNA
ENSAIO GERAL
Há pouco tempo
escrevi sobre uma viagem arretada de boa que ele fez para a cidade de Salvador
na Bahia. Agora vou escreve um pouco sobre ele, hoje sábado 5 de outubro de
2019 ele faleceu.
Tonho era de cor morena escura, fala mansa, não se irritando
com nada, vivia de bem com a vida, era neto de Maria Panema, que trabalhou por
muitos anos na casa de minha bisavó Rosa Feliciano, Maria Panema era neta de
escravos.
Maria Panema tinha uma peculiaridade, quando cismava ia a pé
para o Juazeiro de meu Padre Cicero, sempre levava com ela um cachorro, e por
muitas vezes os bichos não aguentavam o rojão e morriam no meio do caminho.
Pois bem, Tonho Buzunga era sem dúvida o segundo melhor
sanfoneiro de nossa cidade, pois o primeiro é “Basto Peroba”. Tonho tinha um
companheiro inseparável, que era seu “Jason do Cavaquinho”, eles animaram
muitas festas em nossa cidade.
Tonho foi acometido de vários problemas de saúde e devido à
gravidade não teve como se recuperar. Com a morte de Tonho Buzunga nossa cidade
ficou praticamente sem tocador de sanfona, pois, já morreram – Severino
Sanfoneiro, Mané Caju e agora Tonho Buzunga, o nosso grande sanfoneiro Basto
Peroba se encontra muito doente, ou seja, restam poucos sanfoneiros.
Vai aqui uma sugestão ao amigo Carlos Alberto, presidente da
associação dos músicos amadores de Bom Conselho, que entre em contato com o que
sobrou dos sanfoneiros de nossa terra e faça uma escolinha, para que tenhamos
novos sanfoneiros, e esta tradição nordestina não acabe em nossa cidade.
No céu deve estar uma grande festa esperando Tonho Buzunga,
com Mané Caju (oito baixo), Severino Sanfoneiro, João Cego (zabumbeiro), Edson
Sucupira (cavaquinho), Zé Delicado (trombone), Mané do Carão (trombone), Zé
Boca de Porco (clarineta), Artur (tuba), Tonho de Dinda (precursão), maestro Zé
Puluca (sax sanfone)...
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