COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO

ERA TEMPO DE CARNAVAL

(PARTE V)

Como vimos anteriormente o nosso carnaval durante o dia era um carnaval de intrudi e mela-mela, porém o carnaval do clube dos 30 a história era outra, era quando a nossa sociedade se encontrava para brincar o carnaval, pois varias pessoas não gostavam do carnaval de intrudi, porém estas pessoas gostavam do carnaval do clube dos 30, e todas as pessoas que gostavam do intrudi gostavam do carnaval do clube dos 30, ou seja, o ápice do nosso carnaval eram os bailes no clube dos 30.

Invariavelmente às 22 horas começava o baile, as principais mesas, ou seja, as mesas de pistas eram reservadas aos mais importantes foliões de nossa sociedade. Quando se ia fazer a escolha da mesa já existiam as mesas reservadas antecipadamente, e não adiantava o negrinho chiar, pois a mesa de seu fulano de tal era a mesa de seu fulano de tal e estamos conversados.

O clube dos 30 suportava o Maximo de 100 mesas, e no carnaval eram vendidas todas 100 mesas, era com estas 100 mesas que se pagava os músicos e outras despesas, sobrava para o clube os ingressos individuais e o racha do bar, pois quem assumia o bar tinha de dar a metade do lucro ao clube dos 30.

O sábado de Zé Pereira era juntamente com a segunda-feira os dias mais fracos, ficando o domingo e terça-feira os melhores dias. Devido muita gente que tinha saído para brincar o carnaval fora de Bom conselho voltar na terça-feira, essas pessoas aproveitavam para ir ao baile, então a terça-feira era o dia que mais tinha gente.

No sábado de Zé Pereira não existia nada oficial de nenhum bloco, a única programação oficial era o baile no clube dos 30. Porém isto não queria dizer que no sábado não existia nada durante o dia, logo cedo já saiam batucadas de jovens se melando e jogando água, o bloco das piranhas este tão tradicional bloco de nossa cidade que eu ainda não falei e deixei de propósito para falar neste capitulo, saia no sábado de manhã, pois eram quatro dias de cachaça pesada. As piranhas eram formadas unicamente por homens, eram jovens e senhores que durante os quatro dias de folia saiam vestidos de mulher, nos mais variados trajes e fantasias, desde noivas, freiras, louras, morenas etc. Cada uma mais irreverente que a outra, eles se concentravam numa casa na rua do caboje, onde toda manhã tinha um caldinho de mocotó esperando para tirar a ressaca. Depois de vários anos de carnaval e cachaça, vários integrantes das piranhas morreram, a sua maioria de cachaça, a quantidade de morte foi tão grande que terminou as piranhas acabando.

O porta-estandarte das piranhas foi pintado por ZÉ BIAS, e durante todos os anos que durou o bloco nunca se mudou o estandarte. Entre os seus principais membros devemos lembrar: Péu(in-memória), Tonho de Dinda(in-memória), Prof. Severino Cordeiro(in-memória), Zé Pelin, Hélio do Lebre( in-memória), lito, prof. Elcio, soldado Hercules, Quincas, Prof. Ananias, Tita(in-memória), Paulo Ganso(in-memória) e vários outros que não me vem à memória.

ATÉ A PRÓXIMA!