2 de junho de 2019

Mortandade de peixes na barragem do Bálsamo não é bom sinal (por PIÚTA)

Barragem do Bálsamo que margeia o povoado de Queimadas
Está semana a cidade tomou conhecimento da mortandade de peixes, tilápias, na barragem do Bálsamo, a mesma que abastece a cidade e distritos. As imagens vindas a público revelam que houve algum desequilíbrio naquele ambiente. Outro dado que chamou a atenção foi a existência de produção em escala comercial de tilápias na barragem. 
É sabido que a gestão das águas é competência da União, que concede outorga (autorização de uso) para estados e municípios. 

Contudo, a gestão do saneamento (água e saneamento) é competência dos municípios, que podem ceder esses serviços por concessão, como ocorre com a Compesa que é responsável pela operação em Bom Conselho.

A mortandade de peixes no principal manancial de água da cidade não pode ser vista como uma questão de pouca importância. O fato revela que houve algum tipo de desequilíbrio no local e avaliar a origem é uma necessidade. Pois, o que é preciso saber são os impactos de eventual contaminação da água que é fornecida para humanos.

Outro ponto a ser avaliado é a revelação de que há produção em escala comercial de peixes. Peixes Tilápias que produzidos em escala são poluentes e podem contribuir para contaminação da água por parasitas. 

Avaliar os feitos na represa é uma necessidade para se saber se a produção é compatível, bem como definir a capacidade de tanques de produção no açude. 

Será necessário saber a composição das rações utilizadas e se eventuais hormônios ou antibióticos existentes se dissipam a ponto de não prejudicar as pessoas.

A mortandade de peixes no Bálsamo foi um aviso. E, para saber o que acontece será necessário avaliação técnica da qualidade e origens das causas que levaram tantos peixes à morte.

O envolvimento para solução do problema não pode ser apenas da Compesa. Esta deve ser cobrada para saber sobre a qualidade da água. Mas, a fiscalização e acompanhamento do que acontece no manancial é uma competência originária do município, é o que diz a lei geral de regulação do saneamento.

 É da Câmara de Vereadores, que tem o papel de representar o interesse da coletividade. E é também do Ministério Público, que tem a prerrogativa de adotar medidas para garantir, entre outras coisas, o interesse coletivo, o meio ambiente e a saúde. 

Portanto, são esses entes da administração pública e empresa concessionária que precisam, de forma organizada, apresentar à população esclarecimentos convincentes do que efetivamente acontece com aquele manancial.

Adotar medidas para dirimir as dúvidas é a forma adequada para acalmar a população. Isto, mais adoção de medidas capazes de prevenir e preservar um manancial de importância vital para nossa cidade e outras tantas localizadas no Estado vizinho.

por PIÚTA

VOCÊ CONHECE EM BOM CONSELHO A CAVERNA DOS HOLANDESES (PARTE I)

A aventura nesse final de semana foi conhecer a Caverna dos Holandeses na zona rural de Bom Conselho, há exatos 17 km de distância da divisa com o município de Quebrangulo/AL.

Há pelo menos 05 quilômetros do centro da cidade de Bom Conselho, entre 03 serras existe umas escavações que foram denominados de Buracos do Bulandim ou Caverna do Holandeses. Para se chegar a esse ponto turístico você dois rápidos acessos, um, passando por dentro da fazenda de Manoel Luna, dois, indo pelo sítio Sabiá, onde o acesso pode ser de carro ou moto.

Os gafanhotos são insetos parentes do grilo, que se alimenta de todo tipo de plantas, principalmente folha de milho, citros, folha do algodão, arroz, soja, pastagens (grama), alfafa e eucalipto.  Os gafanhotos de árvore são sugadores de seiva.

Os gafanhotos pertencem à Ordem Orthoptera, assim como os grilos. Andam em nuvens, causando estragos as lavouras em várias partes do mundo. Esses receptores captam as distorções no invólucro do corpo quando o gafanhoto voa. Há no mínimo 148 pares de receptores em cada lado do corpo do gafanhoto.

Essa é a região que os aventureiros passam para chegar a Caverna dos Holandeses. Lamentável que pessoas que já foram frequentar esse ponto turístico deixe lixo, muita sujeira no local. Pessoas que fazem isso já estão dizendo a educação que recebeu.


Para se chegar a caverna percorre um trecho íngreme, chegando a 884 metros de altitude. Para encarar a subida tem que ter fôlego e preparo físico. O acesso final a caverna é por dentro de uma vegetação para gado de corte. 

Quem está na caverna tem essa vista sensacional. Podemos visualizar as dimensões das serras do Bulandim e da Caixa D'Água, ambas propriedades do falecido e ex-deputado Manoel Luna.

Conta relatos históricos que a Caverna dos Holandeses foi descoberta no século XVII. Por volta do ano de 1645, há 374 anos, o capitão João Blaer liderou seus soldados no confronto com os quilombolas que eram comandados por Negro de Papacaça, nessa região serrana de Bom Conselho.

A serra dos Holandeses ou das Freixeiras é o conjunto de montanhas e terrenos acidentados com fortes desníveis e muitos picos, que se assemelha, portanto, a uma serra (ferramenta).

Entre as serras do Bulandim, da Caixa D'Água e das Freixeiras, fica a nascente do rio Bulandim. No tempo de muita chuva, o rio escorre muita água. Nesse período de estiagem a principal nascente do rio fica praticamente escondida numa vegetação muito densa.

Para quem deseja encurtar a trilha para se chegar na Caverna dos Holandeses, deve-se dirigir a fazenda de Manoel Luna, pedir autorização para atravessa a propriedade e seguir por esse vale que você ver na imagem acima.

A instabilidade do tempo não atrapalha a caminhada, basta ter determinação e preparo físico para subir as ladeiras. Enquanto isso, vai andando e contemplando a natureza. Leva-se aproximadamente 1 hora e 30 minutos de caminhada do centro da cidade até a caverna.

Os quilombolas viviam em tribos e começaram a lutar pela liberdade deles. Os holandeses queriam faze-los escravos, daí a revolta... Foi justamente nessa região que houve o quilombo do Negro Pedro de Papacaça, diz a história.

Essa região de Bom Conselho é fruticultura. A mata fechada deu lugar a pastagem. O lençol freático dessas terras é muito rico. Com poucos metros de escavação se encontra água boa para o consumo humano. Há muitas nascentes por essas bandas.

Como já temos hábito de fazer trilhas ecológicas, não sentimos dificuldades para encarar os 884 metros de altitude até a entrada da caverna.


As terras onde atualmente localizam-se o município de Bom Conselho, foram inicialmente habitadas pelas tribos Xucuru e Fulni-ô. 


Descobri relatos históricos que no ano de  1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade um quilombo, conhecido como Quilombo de Pedro Papa-Caça que atualmente corresponde-se como Quilombo de Angico.

O nome quilombo se referia à estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, cultivando mais a caça do que a agricultura. Por isso mesmo, há controvérsia de que os buracos do Bulandim tenham sido feitos pelos holandeses durante o século XVII.

Foi escalando a subida da serra dos Holandeses que fomos descobrindo certas passagens históricas, como por exemplo, que durante vários meses, o capitão holandês Johannes Blaer van Rijnbach ou João Blaer (em português) permaneceu nas terras onde atualmente correspondem a região do Bulandi, em Bom Conselho, com o objetivo de descrever e destruir o Quilombo dos Palmares, juntamente com Bartolomeu Lintz e sob ordem do Governo de Johan Maurits van Nassau-Siegen ou Maurício de Nassau, como era conhecido. Era a “Guerra do Mato”, já em 1645.

Quanto mais você vai se aproximando dos primeiros buracos do Bulandim, mais a ladeira vai ficando "pesada" e com graus de dificuldade. Pelo lado que fica a propriedade de Sílvio da Água há o acesso há três escavações. Já pelo lado do sítio Freixeiras, existe pelo menos duas escavações, mas, o acesso está comprometido devida a vegetação densa.

Subindo esse trecho refizemos os passos dos holandeses ou dos escravos ou dos índios que habitavam na região. O questionamento está justamente como foram realizadas as escavações na serra já que o terreno é de argila. Argila é um material natural composto por partículas extremamente pequenas de um ou mais argilomineral. 

Essa é uma das entradas da Caverna dos Holandeses, como ficou conhecida. Segundo a história, nesse local há um reino encantado.
Vimos dentro da caverna muitos "a
rgilominerais", que são minerais constituídos por silicatos hidratados de alumínio e ferro, podendo conter elementos alcalinos - sódio, potássio - e alcalinos terrosos - cálcio, magnésio.

SAIBA MAIS
Diz também a história que em 1645, a comunidade foi desmantelada pela expedição militar chefiada por Johannes Blaer van Rijnbach, que estabeleceu ali uma colônia holandesa. 

Com o triunfo da Insurreição Pernambucana, que levou às duas batalhas do Guararapes, a primeira em 19 de abril de 1648 e a segunda em 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, terminou o domínio holandês sobre o Nordeste brasileiro, culminando na partida dos últimos navios holandeses em 1654.

AGUARDE A PRÓXIMA POSTAGEM...


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1 de junho de 2019

A CAVERNA DOS HOLANDESES EM BOM CONSELHO/PE (VÍDEO)

A parte da Caverna dos Holandeses mais acessível...

O blogueiro e trilheiro Cláudio André esteve conhecendo a CAVERNA DOS HOLANDESES, na zona rural de Bom Conselho. No local, que fica numa das serras por trás da serra do Bulandim, tem pelo menos 03 escavações que segundo lendas locais, foram escavados pelos holandeses, porém há controvérsia sobre o ocorrido.

Pelo comportamento dos holandeses e pela escavação que se pode ver, há grandes indícios que os escravos foram usados para tal serviço.

Veja a reportagem completa e entenderás.




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OS 19 KM DE TRILHA ECOLÓGICA COM A EQUIPE TRILHA NA TERRA DO ÍNDIO - TTI

Alguém poderá perguntar por que faço tantas fotos do Serrote do Vento... Respondo sem medo de errar É a sua beleza geológica e sua localização que me fascina. Por esse ângulo eu estava em cima da serra Velha, há mais de 15 km de distância e consegui com minha câmera proporcionar essa vista sensacional.

Veja a beleza dessa árvore, galhos secos, mas com vida. Lá no fundo está a AL-115 na descida da serra das Espias e mais ao fundo, a serra Grande, já na divisa do município de Bom Conselho/PE com Palmeira dos Índios/AL.

A pedra do Sapo, é a geoforma de uma rocha localizada no cume da serra Velha, zona rural de Palmeira dos Índios/AL. Muita gente passa por esse local, mas de maneira despercebida não enxerga a importância dessa rocha.

A comunidade do Riacho Santo fica há pouco mais de 13 km do centro de Palmeira dos Índios/AL. Os moradores são agraciados pela localização do sítio já que fica numa região de fruticultura, há poucos metros da serra das Espias, Boqueirão e serra Velha.

Percebam que essa cordilheira na divisa de Alagoas com Pernambuco tem uma vegetação de transição, onde uma parte é de caatinga, outra parte resquício de mata atlântica.


Enquanto caminhava com a equipe TTI de Palmeira dos Índios na trilha denominada de Desafio da Serra Velha, a professora Zanza, me chamou atenção para registrar o casal de coruja que estavam em cima de troncos secos. Estava o casal contemplando a beleza do lugar?

Enquanto andava pela serra Velha me deparei com a beleza desse inseto inofensivo. O Bicho-pau é o nome comum dado aos insetos da ordem Phasmatodea, também denominada Phasmida, Phasmatoptera ou Phasmodea, que mimetizam (confundem) pedaços de madeira ou gravetos. 

Existem 13 famílias do bicho-pau, sendo,  523 gêneros e 2.822 espécies de bichos-pau, sendo 591 encontradas na América do Sul. Em vegetações assim, é fácil de localizar, quer, fácil não é, por que deve-se ter um olhar aprimorado.

Até parece que eu estaria próximo, não é? Ah, não! Como tenho uma câmera de qualidade, pude na sombra de uma frondosa árvore na serra Velha, distante uns 15 km de distância, registrar por um ângulo diferenciado esse afloramento rochoso denominado de Serrote do Vento, justamente porque o vento que bate na rocha é cortado como um serrote.

O lugar que deveria ser de mata fechada o roçado vem tomando conta. Aonde deveria ser mata, o desmatamento para se tornar em pastagem para o gado vem tomando de conta do território serrano de Palmeira dos Índios/AL. Se não tem fiscalização, não há reserva de mata e muito menos preservação ambiental.

Lindos campos, árvores frondosas e um clima que muito varia mês a mês. Muitos acham que não tem obrigação de cuidar do meio ambiente, mas, quando a chuva demora a chegar fica reclamando até de Deus.

Veja como está a pastagem que o gado procurar mastigar. Parece cenário daqueles filmes americanos, mas isso é a realidade que presenciamos andando pela região serrana de Palmeira dos Índios que faz fronteira com o estado de Pernambuco.

Já imaginou, abrir a janela de sua casa todas as manhãs e ter essa visão? 
As terras ocupadas pelo município de Palmeira dos Índios constituíam primitivamente um aldeamento dos índios Xucurus, que aí se estabeleceram no meado do século XVII. Tinham esses indígenas o seu habitat cercado de esbeltas palmeiras, bem próximo ao pé da serra onde hoje se ergue a cidade de Palmeira dos Índios.

O nome do município veio, pois, em consequência dos seus primeiros habitantes e do fato da abundância de palmeiras que então havia em seus campos. Os gentios formaram seu aldeamento entre um brejo chamado Cafurna e a serra da Boa Vista. Diz a tradição que mais ou menos em 1770 chegou a região Frei Domingos de São José, conseguindo converter os gentios ao cristianismo. 

Diz a história que posteriormente, o franciscano obteve de D. Maria Pereira Gonçalves e dos seus herdeiros a doação de meia légua de terra para patrimônio da capela que aí foi construída, sendo consagrada ao Senhor Bom Jesus da Morte.

Palmeira dos Índios perdeu os distritos de Igaci (1957, juntamente com Arapiraca que também cedeu parte de seu território para a formação do novo município), Cacimbinhas (1958), Minador do Negrão (1962) e Estrela de Alagoas (1991), elevados a categoria de municípios. Segundo a atual divisão administrativa do Estado, o município é formado por 3 distritos: sede, Caldeirões de Cima e Canafístula.

Quando a ladeira é grande, aí só vai dando uma pausa e recuperar o fôlego, afinal, foram 19 km percorridos em 6 horas de trilha.

Palmeira tem um clima quente e úmido, com máximas de 38º e mínimas de 12º. A estação invernosa inicia-se em maio para terminar em agosto. Há uma variação muito grande quando se trata de vegetação.

Veja que a partir que fomos avançando a região serrana, o clima e a vegetação foram mudando repentinamente.

Por estrada fomos subindo devagarinho os mais de 700 metros de altitude da serra da Catarina. Entre pedregulhos e barro vermelho a subida começou a desafiar os trilheiros.

A fauna no município de Palmeira é constituída por animais silvestre comuns à região, tais como guaxinins, tatus, cassacos, preás, furões, saguins, raposas,  etc. 

Com o desmatamento escancarado, fica difícil encontrar aves como por exemplo, galos de campina, papa capim,  periquito do mato, canários, nambu, condonas, caboclinhos, rolinhas, anuns, gaviões e garças. 

A flora é constituída por fruteiras do tipo umbuzeiro, pinheira, cajueiro e um pouco de mata que estão dando lugar para pastagem artificial. Mas, por essa imagem, fica praticamente impossível termos uma melhor qualidade das frutas produzidas por essa região.

Bom, finalizamos aqui a série de reportagens da trilha de 19 km que percorremos no último final de semana pelas terras dos índios xucurus-kariris.

ATÉ A PRÓXIMA AVENTURA!


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