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ALEXANDRE TENÓRIO - ESCRITOR |
UMA
MORTE GLORIOSA
Olinto Rocha Vanderlei, este nome foi ouvido por
muitos anos em nossa cidade. Quem o conheceu sabe que durante um bom período de
nossas vidas ele foi presença constante, na nossa sociedade, nos carnavais, no
comércio etc.
Olinto veio de origem humilde, iniciou sua vida como
alfaiate e terminou como um dos grandes comerciantes de nossa cidade. Casado
com dona Elsa (filha do finado Teté), que todos a chamavam de Elsa de Olinto. O
casal não teve filhos, e depois de muitos anos adotou uma menina.
Olinto como comerciante fez história em nossa cidade,
pois a sua casa comercial era uma das mais bonitas e também com o maior
sortimento de material do seu ramo, que era confecções e utilidades do lar,
mais tarde ele introduziu móveis.
Olinto era uma mão aberta, não media esforços para
viver bem, fazia grandes farras, participava ativamente do clube dos 30, e em
toda diretoria Olinto era presença constante, por ser muito alegre e também por
ser muito direito nos seus negócios
Olinto comprou no distrito de Lagoa de São José um
pequeno terreno e fez uma chácara, e quase todo final de semana ele reunia uma
porção de bêbado, inclusive Edson Sucupira que tocava cavaquinho, colocava
todos encima de uma f-4000 e tocava para o sítio, a cachaça era grande, desde
quando saiam daqui até chegar no destino, a sanfona, violão, cavaquinho,
pandeiro e tudo mais que podia fazer zoada não paravam de tocar, era uma
animação só e quando voltavam de tarde, estavam todos mais bêbados que gamba.
Olinto era branco, baixo, cabeleira grisalha, com
muito cabelo, um grande bigode grisalho, tinha um aspecto fidalgo, era o que
podemos dizer um homem simpático. Dava suas escapadas de vez em quando e foi
numa desta escapada que o fato aconteceu.
Olinto, como já disse anteriormente, tinha uma grande
loja, aonde hoje é Padre Cicero Moveis e Colchões, porém o destino lhe
reservava momentos difíceis, pois devido aos sucessivos planos econômicos
surgidos na década de 80, e a sua desorganização nas compras, ele chegou a
falir, e isto levou-o a uma grande depressão, que o levou a morte.
Era sábado de Zé Pereira, quando fui abrir a loja
recebo a notícia que Olinto Rocha Vanderlei tinha falecido, na madrugada da
sexta para o sábado, procuro saber de que ele tinha morrido, e foi dito que
tinha sido um enfarto fulminante, indaguei aonde tinha sido o enfarto, e a
pessoa com o ar de riso disse, ele morreu no MOTEL POUSADA DAS ESTRELAS,
fazendo a melhor coisa do mundo que é sexo, portanto ele teve uma morte
gloriosa.
Vai aqui a minha homenagem a este grande
bom-conselhense, que deixou muitas saudades.
Tenho no meu escritório uma fotografia em que ele se
faz presente, neste dia em que foi tirado esta fotografia estavam presente,
Basto peroba, Maestro José Puluca, Joaquim Cordeiro, João Torres, Olinto Rocha,
Gilvan Cordeiro, Pedro Torres, Edson Sucupira e Zezinho Alfaiate foi uma farra
que amanheceu o dia.