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A Moldura da Morte em Alagoas |
Através de uma visita que o
promotor de justiça, Flávio Gomes, fez ao cemitério Divina Pastora em Maceió,
capital do estado de Alagoas, foi constatado que urubus estavam devorando
restos de corpos humanos.
Isso nos faz refletir e mostrar como o Estado transporta
tanta violência e desprezo pela vida humana, especialmente dos mais
necessitados. Esse cemitério é o lugar onde
enterra-se cadáveres que não são identificados no Instituto de Medicina Legal
da capital.
Se as imagens são fortes, inadmissíveis,
o que falarmos das pessoas vivas entulhadas
nos postos de saúde e nos corredores dos hospitais públicos do estado, enquanto o governo está
preocupado com estatísticas ou com números apenas?!
É bom analisarmos que estamos
caminhando para mais um pleito eleitoral e essas pessoas são eleitores, que
permanecem sendo massacrados, usados como produto eleitoral.
O que nos chama atenção é que existem políticos
achando que os eleitores devem ser submetidos a uma condição que retire a
liberdade de emancipar-se e ter seus direitos garantidos.
Afinal, que sociedade é essa?
Tanto na capital como no interior, são atendidos rapidamente aqueles que
apresentam um bilhetinho assinado por um vereador, deputado ou um assessor que
detém o poder de mandar num certo e determinado curral eleitoral.
Por que o povo não denuncia ou
não reclama? Prefere continuar numa escravidão moderna, onde o chicote foi substituído
pela lavagem cerebral ou pela violência psicológica, aquela de ameaças indiretas.
Com esse tipo de comportamento as
pessoas menos esclarecidas vivem um mundo do imaginário, aquele onde os falsos
profetas fazem a festa com a desgraça dos outros.
O que o promotor de justiça viu
in loco, não é nenhuma novidade para os esclarecidos. Se em Pernambuco tinha o
Pacto Pela Vida, que serviu de discurso de palanque e faliu, em Alagoas, é
exercida a “política do olho por olho, dente por dente”, enquanto investir no
social e na educação não serve por que não da votos.
É bem verdade que os mortos não votam mais, e seus familiares não merecem um mínimo de respeito? Cadê a cidadania garantida na Constituição Federal?
Eita, lembrei, estou no Brasil!