A PENSÃO DE DONA NINA
A PENSÃO DE DONA NINA, ficava localizada na Rua Oliveira lima
bem no centro de Recife. Por lá passaram vários bom-conselhenses, juntamente
com a PENSÃO DE DONA ELVIRA (na Rua Barão de São Borja) eram as duas pensões
que mais acolheram bom-conselhenses.
Dona Nina era uma senhora de cor morena escura e tinha duas
filhas e um irmão (só vivia bêbado).
Quando Dr. Zenício foi morar no Recife foi para esta pensão, levado
pelas mãos do finado Peu (filho de Zé Zuza). Peu com uma presença um pouco
desleixada, pois tinha um cabelo “BLACK PAUL” chega com Zenício e Zé Tesourão,
a mulher já ficou cismada com aquele trio de matutos. Então Peu diz para dona
Nina – eu vim apenas trazer os rapazes eu já tenho minha pensão, a senhora pode
ficar tranquila que este aqui “com Zenício” com qualquer pedaço de pão e uma
banana ele passa, e este outro “com Zé Tesourão” só toma café e come pão. Com
esta apresentação foram admitidos para morar na pensão os dois
bom-conselhenses, Zenício tinha passado em medicina e Zé Tesourão em Engenharia
Química.
Na pensão já moravam Genival (ex-funcionário do Banco do
Brasil) e Radar (filho de seu Cazuza). A situação dos bom-conselhenses não era
das melhores, o dinheiro era pouco e quando chegava o final de mês, estavam
quase à zero. Certa feita o dinheiro zerou e juntando os centavos que restavam
de cada um, deu uma quantia que permitiu comprar uma JACA MOLE, pois bem,
comprado à jaca, munido de um pequeno pau entraram em ação os bom-conselhenses,
em poucos minutos tinham devorado a jaca (jaca é o maior fruto produzido pela
natureza, em qualquer parte do mundo).
Na gestão de
Gustavo Krause como prefeito do Recife, ele iniciou as feirinhas típicas, todo
dia da semana tinha uma feirinha, tanto no centro do Recife como nos bairros,
as duas feirinhas típicas do centro era a da PRAÇA DO DERBI (NO SÁBADO) e a do
PARQUE 13 DE MAIO (NO DOMINGO). A feirinha típica tinha sempre shows e varias
barracas de comidas típicas, e começava a tarde e se estendia pela a madrugada,
era muito bom.
Foi na feirinha
do “PARQUE 13 DE MAIO” que o nosso amigo Peu conheceu uma jovem, foi amor à
primeira vista, bateram os olhos um no outro, e a flecha do cupido transfixou
os corações. Aproximaram-se e começaram um bate papo, nome, endereço etc.
Em pouco tempo
Peu já sabia de boa parte da vida da jovem Rosa, ela morava em Santo Amaro,
fazia Pedagogia na Católica, não trabalhava, pois os seus pais tinham condições,
ela só estudava, e por ai vai...
Quem tinha ido
com Peu para a feirinha, tinha sido Genival, e uma coisa começou a martelar na
cabeça dele, ele já tinha visto aquela moça em algum lugar, ela não era
estranha.
Peu quase que
não dormiu a noite, só pensando em Rosa, começou a fazer planos, ao dormir
sonhou esquiando em Bariloche com ela, depois passeando em Paris na
Champs-élysées...
Tinham marcado
para no próximo domingo se encontrarem novamente na feirinha, o tempo parece
que tinha parado e Peu a todo instante olhava para o relógio, e nada das horas
passar. Para terminar a segunda-feira foi um sacrifício. Peu doido que chegasse
o domingo.
Na terça-feira
vem Genival do cursinho, e antes de chegar à pensão da de cara com Rosa,
varrendo a calçada de uma pensão que ficava localizada um pouco antes da pensão
de dona Nina, Rosa estava em trajes de apagar fogo, um vestidinho de chita, um
lenço amarado na cabeça, sandália japonesa nos pés, de nada parecia com aquela
gata que estava na feirinha, porém não havia dúvida era ela mesma, para tirar a
dúvida, Genival perguntou a um rapaz que morava na pensão e estudava com ele no
cursinho, e o rapaz confirmou que Rosa trabalhava de doméstica na pensão.
Como dizer a Peu a verdade sobre Rosa, não por
ela ser empregada doméstica, e sim por ela ter mentido sobre sua vida.
Na quarta-feira
chega Peu na pensão para confirmar com Genival a ida ao domingo para a feirinha
no parque 13 de maio, ficaram conversando e Genival doido para falar e sem ter
jeito, é quando cria coragem e conta a verdade sobre Rosa, foi mesmo que da uma
cacetada em Peu, o homem morreu.
Peu olha para
Genival e diz que amanhã voltava com uma solução para o caso, iria tomar uma
decisão radical sobre o assunto.
À noite Peu não
conseguia dormir, e quando agarrou no sono, sonhou que estava esquiando com
Rosa em Bariloche e vinha uma avalanche de neve os cobriam, estava em Paris
passeando na Champ-élysées e de repente caiam num bueiro, ou seja, todos os
sonhos que ele tinha sonhado com Rosa, terminaram em tragédia.
Na quinta-feira
entra Peu na pensão de dona Nina, e ao encontrar com Genival vai logo dizendo,
irei fazer duas coisas: primeiro não venho para a pensão por este lado da rua,
venho pelo o outro lado, segundo não irei mais para a feirinha do parque 13 de
maio irei frequentar a feirinha do Derbi, só assim não irei encontra com ela.
Vai aqui minha
homenagem a este bom-conselhense que nos deixou precocemente. Peu era um dos
mais inteligentes da nossa geração e também um dos mais críticos.
O LANÇAMENTO DO LIVRO SERÁ NO PRÓXIMO DIA 18 AS 17 HORAS, NO COLEGIO NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO. A FOTA DA CAPA É AONDE ESTAVA A TORCIDA DE BOM CONSELHO NO AUDITÓRIO DA TV JORNAL DO COMERCIO.
TODOS ESTÃO CONVIDADOS A PRESTIGIAREM ESSA NOVA OBRA DO ESCRITOR E HISTORIADOR, ALEXANDRE TENÓRIO.