Não é por acaso que a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa nomeou dois parentes do ainda deputado estadual Cícero Ferro (FOTO) para integrar a mais nova lista de funcionários da Casa de Tavares Bastos. Os atos da nomeação, publicados na edição desta terça-feira, do Diário Oficial do Estado, lembram- por coincidência- que, na Operação Taturana, Cícero Ferro foi o parlamentar que mais lucrou na pilhagem (adjetivo da Polícia Federal) dos cofres públicos do Legislativo estadual: R$ 25 milhões. Sete integrantes, com sobrenome Ferro- além do prefeito de Roteiro e ex-genro, Fábio Jatobá- foram os responsáveis por engordar a conta bancária do chefe da família. Eram chamados de "laranjas" pelos federais. Fábio Jatobá, por exemplo, embolsou R$ 2,5 milhões. Os Ferro utilizavam a estratégia do "branqueamento" do capital. Fábio Jatobá, por exemplo, colocava no próprio nome bens adquiridos pelo deputado. E a prestação de contas vinha através de uma gráfica, cuja sócia é uma integrante do clã Ferro. Cícero Ferro deve ficar sem imunidade parlamentar, se o deputado Dudu Holanda (PSD) retomar o cargo, após a "descoberta" de plano para matá-lo. Poderá responder por nepotismo. Se este crime ainda constar nos anais do Ministério Público Estadual.
TEXTO: ODILON RIOS