1 de outubro de 2020

A mentira: a nova forma de prazer da sociedade no mundo atual

 por Marcelo Firmino/Blog é Assim

A mentira: a nova forma de prazer da sociedade atual

A mentira no meio político não é uma novidade. É secular. Em nome do poder, os políticos nesse quesito são despudorados e prontos para vender tudo. Até a alma.

A questão é que antes a sociedade até que se preocupava em discernir o que era verdade ou mentira. Hoje não. O pessoal mente de forma descarada e espalha a mentira com um prazer inenarrável.

E isso independe de ideologia.

Antes, qualquer que fosse o pretende a um cargo executivo tinha que, primeiramente, apresentar uma plataforma, um programa de governo, enfim, dizer concretamente o que pretendia fazer, mesmo que nesse contexto algumas mentiras fossem apresentadas.

Agora é tudo diferente. Não há programas, nem plataformas. Há mentiras, de preferência contra os adversários, numa estratégia covarde de destruição da imagem do outro.

Tempos difíceis, tempos estranhos, onde a valorização da mentira se sobrepôs à verdade no conceito popular.

Eis, portanto, um reflexo da sociedade atual. Uma gente adoecida e movida pela ignorância e o ódio.

Lamentavelmente, isso não vai parar mais por que os exemplos daqui e do mundo são os piores possíveis. Basta ver o que acontece nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump ganhou o titulo de o maior mentiroso que já ocupou a Casa Branca, segundo o “Washington Post”.

O jornal levantou os números: em três anos e oito meses de governo, o presidente americano mentiu 20 mil vezes. Não é pouca coisa. Com um detalhe cruel. Grande parte da população americana acredita nas mentiras de Trump.

Lá como cá, tudo igual. Jair Messias é um mentiroso contumaz. Foi assim na campanha eleitoral e é assim no governo. E desta forma há milhões de brasileiros que acreditam e espalham as mentiras como se verdades fossem.

Em outras circunstâncias até poder-se-ia dizer que se tratava de “mitomania”, que seria então uma doença, um caso patológico.

Mas, no caso dos interesses políticos envolvidos não passa de descaramento criminoso para controlar o poder a qualquer custo. Ou seja, manifesta-se a mentira como ideologia.

Assim, lá vão eles utilizando-se da cumplicidade, às vezes inconsciente e outras vezes nem tanto, dos indivíduos para a reprodução das farsas pelos mais diversos perfis das redes sociais.

É triste, mas temos concretamente a mentira como um código de conduta desse novo normal da sociedade atual.

E aí já não são apenas os políticos. Que os digam pais, mães, irmãos, tios, tias e outros mais.

Nesse cenário, que se fechem as cortinas.

Professores da rede particular de Pernambuco aprovam estado de greve

 

Em Pernambuco, aulas presenciais estão suspensas desde 18 de março. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em Pernambuco, aulas presenciais estão suspensas desde 18 de março. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )

Professores da rede privada de ensino de Pernambuco aprovaram, em assembleia virtual realizada nesta quarta-feira (30), o estado de greve. A categoria é contra o retorno das aulas presenciais, autorizadas pelo governo a partir do dia 6 de outubro. Cerca de 200 professores participaram do encontro online. Os docentes temem que a reabertura das escolas geram novas infecções pelo novo coronavírus no estado.
"Dentre as deliberações, os professores e as professoras decidiram pelos seguintes pontos: estado de greve; notificar ao conjunto de instituições envolvidas, direta e indiretamente, nesse contexto de aulas remotas devido a pandemia; ampliar a fiscalização das escolas, sobretudo na defesa dos direitos; garantias à saúde e cumprimento dos protocolos sanitários e, por fim, provocar o poder judiciário, visando a manutenção do ensino remoto", informou o Sindicato dos Professores no Estado de Pernambuco (Sinpro-PE).

O estado de greve é uma etapa anterior à greve, ou seja, a decisão desta quarta-feira não leva à paralisação dos professores. O Sinpro-PE vai notificar o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) sobre o resultado da assembleia. Uma nova discussão com a categoria deve acontecer, mas ainda não há data marcada.

"Nosso corpo jurídico já está trabalhando para atuar da melhor forma. O estado de greve é um posicionamento de ordem política. Precisamos aplicar toda a legislação para uma possível deflagração de greve. Vamos fazer fiscalizações nas escolas e acionar os órgãos de controle, como Vigilância Sanitária, para monitorar os próximos passos", disse o presidente do Sinpro-PE, Helmiton Bezerra. A categoria também solicitou reunião com o secretário estadual de Educação e Esportes, Fred Amancio.

Resposta

O Sinepe-PE informou que não foi notificado pelo Sinpro-PE sobre a decretação de estado de greve. "Queremos deixar claro que temos uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) celebrada entre diretores e professores em julho, que prevê todas as situações de excepcionalidade que estamos vivendo dentro da escola. Está explícita a situação de aulas híbridas, com parte dos alunos no presencial e parte no remoto, sem qualquer dificuldade na sua aplicação", pontuou o sindicado das escolas.

"Torcemos para não se tornar necessário judicializar uma questão, acordada há pouco mais de dois meses, quando a situação da pandemia era muito mais delicada que hoje. Quando duas categorias assinam uma convenção, o mínimo que se espera é que ambas a cumpram. Temos a convicção de que o retorno presencial para as famílias que precisam e desejam levar os filhos à escola é fundamental para que possamos honrar o nosso compromisso com os professores e colaboradores, tanto na manutenção do emprego quanto no pagamento dos salários. Esse ponto, sim, é, nesse momento, essencial que todos cumpram", completou o Sinepe.

Rede estadual

Também contrários ao retorno das aulas presenciais em Pernambuco, professores da rede estadual deflagraram estado de greve em assembleia virtual no último dia 24. O encontro foi convovado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) e reuniu 1.105 participantes. Desses, 93% concordaram com o estado de greve.

Uma nova assembleia, também online, acontece na tarde desta quarta. "A categoria é contrária à volta presencial e a favor da manutenção das aulas remotas. Entendemos que ainda existem riscos, apesar de os números da Covid-19 estarem diminuindo no estado", disse a vice-presidente do Sintepe, Valéria Silva.

por Diário de Pernambuco

A retomada das atividades presenciais, começando pelo ensino médio, foi anunciada pelo governo do estado no dia 21 de setembro. A previsão é de início das aulas presenciais no dia 6 de outubro para o terceiro ano do ensino médio; no dia 13 para o segundo ano e no dia 20 para o primeiro ano. Ainda não há definição de cronograma para o ensino fundamental e a educação infantil.

STF autoriza estados a criar e explorar jogos lotéricos

 


O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (30), por unanimidade, que a União não tem monopólio para manter jogos lotéricos, que podem ser criados e explorados também pelos estados, desde que estejam de acordo com a regulamentação federal.

O monopólio da União sobre as loterias estava previsto no Decreto-Lei 204/1967 e foi questionado no Supremo, em 2017, pelo então governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Outros estados também ingressaram como interessados na ação. A norma foi questionada ainda pela Associação Brasileira de Loterias Estaduais (ABLE).

Em 1967, ao estabelecer o monopólio da União, o decreto-lei permitiu somente a continuidade das loterias estaduais já existentes, e com um limite fixo de bilhetes, vedando a criação de novas modalidades lotéricas locais, motivo pelo qual, até hoje, apenas 12 estados eram considerados autorizados a explorar a atividade.

Nesta quarta-feira (30), os ministros seguiram o entendimento do relator do tema no Supremo, ministro Gilmar Mendes, para quem o decreto-lei de 1967 não foi recepcionado pela Constituição de 1988, que não conferiu à União exclusividade alguma para a exploração de serviço públicos como as loterias.

Pelo entendimento do relator, a União possui exclusividade somente para regular os serviços lotéricos, quer dizer, sobre o aspecto formal da atividade, conforme jurisprudência da própria Corte. Ela não possui monopólio algum, porém, sobre a exploração efetiva das loterias, ou seja, sobre seu aspecto material, entenderam os ministros.

“A Constituição não atribui à União essa exclusividade e não proibiu expressa ou implicitamente o funcionamento de loterias estaduais”, afirmou Mendes, que destacou ainda serem as loterias fontes de arrecadação convenientes no atual momento de aperto fiscal dos estados.

Ele foi seguido por todos os outros oito ministros presentes ao julgamento, que foi realizado por videoconferência.

Ao votar, o ministro Ricardo Lewandowski também destacou que as loterias podem ser uma oportunidade de os estados “auferirem recursos neste momento em que os respectivos erários estão depauperados”. Os ministros Celso de Mello e Luís Roberto Barroso não participaram.

Em sustentação oral na semana passada, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, se manifestou contra autorizar as loterias estaduais. Ele defendeu que o monopólio da União confere maior eficiência à atividade e garante uma distribuição equitativa do dinheiro arrecadado para a manutenção de políticas públicas.

O advogado-geral da União (AGU), José Levi, também se manifestou contra o fim do monopólio da União, destacando, entre outros pontos, o risco inerente às loterias, que podem servir a crimes como a lavagem de dinheiro, por exemplo, algo que, em sua visão, só poderia ser combatido adequadamente em âmbito federal.

Agência Brasil