ALGUMAS
HISTÓRIAS
Um
estabelecimento com quase 20 anos de funcionamento no centro da cidade tem
muitas histórias para contar, principalmente por te sido um reduto de boêmios, e
com a sorveteria Danúbio não foi diferente.
Quem conheceu
meu pai sabia o homem disposto que ele era “não abria parada para ninguém”,
todos os casos que foi preciso ele agir, ele agiu. Fazia o possível para não se
envolver em problemas, mas quando eles apareciam ele enfrentava sem medo.
Tivemos um
delegado no final década de 60, filho de Bom Conselho. Era respeitado por
todos, pois era durão. Por ser filho de nossa cidade e conhecido de todos, diminuía
um pouco sua autoridade. Pois bem, estava uma noite de sexta-feira uma grande
farra na sorveteria, meu pai também estava bebendo, quando deu umas 23 horas,
meu pai resolveu lavar o salão para que no outro dia ele estivesse limpo, nesta
altura a cidade já estava deserta, começaram a lavar e em pouco tempo estavam todos
molhados alguns de cueca, numa verdadeira algazarra e alegria, era perto do
carnaval e eles aproveitaram para comemorar o carnaval que estava chegando, a
água comendo solta, a cachaça comendo no centro e a alegria era total, é quando
chega o soldado Cicero de Maninho e pede para falar com papai, e diz que o
delegado, mandou dizer que era para acabar com a farra e fechar a sorveteria,
então meu pai mandou um recado para o delegado – Cicero diga ao delegado que eu
estou no meu estabelecimento, pago meus impostos, não estou fazendo nada
demais, e se ele quiser fechar a sorveteria que venha pessoalmente fechar.
Cicero foi correndo dar o recado, até hoje estamos esperando o delegado vim
fechar a sorveteria.
Papai mantinha
uma arma dentro de um cesto de vime que ficava embaixo do caixa.