18 de agosto de 2014

QUANDO A MORTE VIRA UMA FESTA

Por Michael Zaidan Filho
Esse é o título do livro escrito pelo historiador baiano João Reis, falando dos velórios realizados no interior do Brasil. Para não fugir à tradição, o velório e o funeral do ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República pelo PSB tem tudo para se transformar num mega-espetáculo, inclusive com carros de som convocando a população do Recife para o evento fúnebre, a ser realizar – aliás – no Palácio do Governo. A festa tem a cara de uma ato político-eleitoral, com a anuência da família do falecido.
Nem bem ainda o IML tinha realizado o exame de DNA para a identificação dos despojos que corresponderia ao corpo do ex-governador, o irmão- literato usou de suas habilidades intelectuais para redigir uma carta aberta propondo a substituição do irmão morto pela irmã (de fé?) Marina Silva na cabeça da chapa majoritária do PSB. Não deixa de ter seu valor de curiosidade etnológica essa mistura – tipicamente nordestina e brasileira – entre negócios e luto. A morte também pode ser um grande negócio. Haja vista a venda de flores pelas floriculturas do Recife. Muitas lucram com a morte trágica e o sentimento de luto da família do ex-governador. Daí a preocupação com o funeral que deve contar com honras de Estado.
Lembrem-se do suicídio de Getúlio Vargas, a morte de Tancredo Neves, a morte de Miguel Arraes e agora, a do seu neto e herdeiro político. Muita gente quer tirar proveito desse funeral. Até os adversários e ex-adversários políticos do ex-governador. Um evento desse tipo pode ser facilmente transformado – com o auxílio inestimável da mídia e do governo estadual – numa comoção popular semelhante à perda do pai primordial, do deus ancestral, das divindades totêmicas que velam pela sorte dos vivos. Não será a primeira vez na história política brasileira.
O primeiro desaparecido ilustre que encabeça a lista é o rei D. Sebastião Diniz, morto na batalha de Al Kacequibir, na Africa, em sua cruzada contra os mouros. A espera messiânica de D. Sebastião – romanceada por Ariano Suassuna – alimenta até hoje o imaginário político brasileiro, que vive aguardando o retorno do encantado. A transformação do messianismo religioso em messianismo político para, hoje em dia, obra de assessores de campanha política a serviço da esperteza de parentes do falecido (lembrar a carta aberta do irmão- literato)
Não vai ser tarefa fácil. Um líder religioso ou profano não surge assim da noite para o dia, por obra e graças de um desastre aéreo, por mais investimento simbólico-propagandístico que venha a receber. A tragédia desses líderes precisa corresponder- de verdade – a uma vida de sacrifício, de dedicação ao interesses da população, martírio, exílio e morte. Como dizia Hegel, os verdadeiros líderes históricos não passaram de caixeiros viajantes do espírito absoluto: uma vez cumprida a sua tarefa, são abandonados à sua própria e infeliz sorte. Não é bem este o caso do neto de Arraes.
Nem na vida, nem na morte se vê indício de sacrifício ou abnegação por uma grande causa humanitária. Quem se lembra da foto, divulgada pela imprensa, o ex-governador tomando champagne em seu jatinho, enquanto a população de Pernambuco sofria com a greve dos policiais do seu “pacto pela vida”, não pode concordar com o seu ingresso no Panteão dos deuses. A rigor esse exercício de santificação é mais da responsabilidade dos que estão vivos (bem vivos) do que do morto.
Em primeiro lugar, da família, que não quer perder o controle da sucessão do cabeça de chapa. Daí a carta-aberta do irmão literato. Segundo da ex-senadora Marina Silva de olho em sua indicação oficial, na próxima quarta-feira, como sucessora de Campos. Do Próprio PSB em encontrar um nome a altura de substituir o nome do ex-governador na chapa majoritária. E da coligação política local em garantir a eleição do preposto para o governo estadual.
No fundo, a morte é um bom negócio. De um cenário pouco estimulante, pode se fazer uma mudança eleitoral que beneficie a candidata e a coligação estadual do PSB. Como diziam os filósofos, a morte é sempre um problema para os vivos. Eles é quem tem de ressignificar a tragédia para dar um novo sentido às suas vidas e ambições. E assim, quando o cortejo fúnebre passar pelas ruas do Recife, com o esquife dos mortos, na triste caminhada onde estarão o coração, a mente, os sentimentos de muitos daqueles, que na frente das câmaras, se desesperam e choram como as antigas carpideiras contratadas para se lamentar nos velórios das cidades do interior do País.

MORRE EM PALMEIRA O EMPRESÁRIO ADALBERON BARROS

Faleceu na tarde de ontem,17/08, o empresário Adalberon Barros. Natural de Minador do Negrão, mas radicado em Palmeira dos Índios onde construiu sua vida familiar e empresarial, era muito bem relacionado e sempre teve atuação influente nos bastidores políticos da região.
Na década de 80, administrou as “Casas Ewancy”, uma das maiores no ramo de construção civil no agreste.
Segundo as primeiras informações, na última sexta-feira, Adalberon começou a passar mal, com estado febril alto, o que se pensava ser uma virose. Na manhã deste domingo, se internou no Hospital Santa Rita, mas não resistiu vindo a falecer no início da tarde do mesmo dia. A causa mortis ainda não foi divulgada.
O sepultamento está marcado para as 17 horas desta segunda-feira (18), no cemitério local.
Redação: Tribuna do Sertão
NOTA DO BLOG
Quero aqui externar minha solidariedade a toda família Cysneiros da cidade de Palmeira dos Índios-AL. A Ewancy, Andreza, Ewandro Cysneiros, meus sentimentos de pesar. Conheci Adalberon, quando era repórter da Rádio Educadora Sampaio e sempre falávamos sobre o cotidiano da terra de Tlixi e Txiliá. Ele era um cara brincalhão, politizado e que por anos gerou empregos e renda para vários palmeirenses, através de sua loja de material de construção que era localizada na Praça da Independência, no centro de Palmeira dos Índios.

OS OPORTUNISTAS E O CHOROS DE CROCODILOS NO VELÓRIO E SEPULTAMENTO DE CAMPOS

Ontem, domingo, na capital pernambucana aconteceu o sepultamento do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos e seus assessores. O Recife ferveu, diante da multidão (se fala em 150 mil pessoas), que esteve prestando as homenagens ao grande líder político. Mas, algumas coisas fiquei observando ao longe, o quanto teve de "choro de crocodilo", a começar pela chefe da nação, Dilma, acompanhada de seus "babões", além de certos e determinados "ilustres políticos", onde estiveram se aproveitando da ocasião de luto, para fazerem politicagem. Pelo estado à fora, pudemos observar que vereadores, prefeitos que apoiam tais candidatos a deputado, para mostrar força, promoveram uma "procissão interesseira" oferecendo carros gratuitos para levarem pessoas para o velório e sepultamento do ex-governador. Infelizmente, o trágico muitas vezes se torna numa festa e quando envolve políticos, aí é que a zuada e as promessas são grandes...
Na Revista Veja, li um trecho de uma reportagem que dizia o seguinte: "No último final de semana, eleitores também abusaram da prática – de mau gosto – para registrar imagens nas filas no funeral do então candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, que mobilizou uma multidão em Recife (PE). Os selfies com o caixão do ex-governador ao fundo causaram uma enxurrada de críticas nas redes sociais".
Já a minha amiga blogueira, Amanda Oliveira, desabafou em seu Facebook: "Fico vendo as fotos que políticos e pessoas fizeram no velório de Eduardo e fico com o estômago embrulhado pelo oportunismo e falta de senso e respeito. Se era para prestar homenagens e se despedir pra quê selfie com o caixão ou fotos forçadas com a família? Isso me dá nojo".
Não tinha nenhuma intimidade com Eduardo Campos, muito menos com os outros que estavam naquele avião, mas, ao longe senti muito tudo o que aconteceu. Preferi ficar em silêncio. Fico imaginando o quanto os pilotos foram heroicos, ao evitar a colisão do avião com edifícios que estavam na mesma linha de frente do avião. Por que se acontece o contrário, seriam várias as vítimas e muitas famílias estavam chorando até hoje...

NOVAS AQUISIÇÕES DA SECRETARIA DE SAÚDE DE BOM CONSELHO

A Secretaria Municipal de Saúde de Bom Conselho, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde informa a população sobre a aquisição de novos equipamentos de combate a muriçoca e controle do mosquito da dengue. 
EIS A RELAÇÃO
01 Atomizador com motor a gasolina TOYAMA
01 Pulverizador com motor a gasolina TOYAMA;
02 Kits de Epi´s Completos;
02 Máscaras de proteção;
01 Caixa de Larvicida ABATE 500E
01 Caixa de CIPERPRAG 250CE
08 Filtros para mascara de proteção. 
Tais aquisições vêm a somar no combate e controle da muriçoca.

BOM CONSELHO FICARÁ SEM JUIZ DE DIREITO A PARTIR DE NOVEMBRO

O juiz de direito da cidade de Bom Conselho, Dr. Marcelo Marques Cabral, trabalhará na comarca da cidade até o próximo mês de novembro, justamente por que foi aprovado em nova promoção. A partir daí, Bom Conselho dependerá de um juiz substituto que será nomeado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Ultimamente, o que vem dificultando o andamento dos 5 mil processos existentes no Fórum deste município, é a escassez no número de funcionários pagos pelo estado. Hoje, trabalham no Fórum da terra de Papacaça, 01 assessor do juiz, 01 distribuidor, 01 chefe de secretaria, 02 auxiliares de secretaria, 01 digitador de audiência e 02 oficiais de justiça. O número exato de 08 funcionários não é o suficiente para atender a grande demanda de processos. O nobre magistrado, Dr. Marcelo Marques Cabral, atende três dias na semana e tem se desdobrado, juntamente com sua equipe de trabalho para que os processos andem, para que muitos casos sejam solucionados. Inclusive, Dr. Marcelo responde por uma Vara Cível na cidade de Garanhuns, também.
Outra informação chegada na redação desse blog, consta que "no papel", Bom Conselho tem duas Varas, mas, para que isso viesse a ser concreto, seria necessário a nomeação de mais juiz pelo TJ-PE para a comarca da cidade. Um outro problema que assola no Fórum deste município é que o prédio não tem mais infraestrutura para comportar a demanda de serviços. Para esse caso, especificamente, dependerá das autoridades do estado para que no futuro tenhamos um novo fórum. O terreno o município já doou.
Para finalizar, o juiz Dr.Marcelo Marques Cabral, no fina do ano irá trabalhar na cidade de Carpina, que está localizada na Zona da Mata Norte do estado e distante 45 km da capital, Recife.
Recentemente, a Câmara de Vereadores de Bom Conselho aprovou por unanimidade um Decreto Legislativo, que concede título de Cidadão Honorário de Bom Conselho.

A MISSÃO DOS GUARDAS MUNICIPAIS E OS SEUS EFEITOS

Queremos parabenizar, em nome do presidente da Guarda Municipal, Felipe Ferraz (FOTO), todos os guardas pelo excelente trabalho que começaram a fazer para reorganizar a feira livre na cidade de Bom Conselho. Nos dois últimos finais de semana, pudemos observar que melhorou bastante o tráfego na região da Praça Dom Pedro II. Sabemos que tudo depende da educação dos bonconselhenses para que as coisas se organizem. Pode-se levar um tempo, mas, acreditamos que o trabalho está sendo bem feito. Pudemos observar que os Guardas Municipais tem sido educados e cavalheiros na abordagem feita na feira e as pessoas estão entendo e contribuindo com as melhorias da feira livre de nossa cidade. Isso é um ponto positivo que merece ser destacado.

POLICIA MILITAR DE BOM CONSELHO EM AÇÃO

Segundo o Boletim da 3ª CIA de Polícia da cidade de Bom Conselho, neste domingo,17/08, Reginaldo Batista, de 40 anos, trafegava na Rua Mário Melo (Rua do Açude) em sua moto Honda CG 150, NXV-5114, de cor cinza, ano 2010, quando foi abordado por dois homens armados com arma de fogo, anunciando o assalto e levando a sua moto.
Numa outra ocorrência, uma menor de 17 anos, trafegava neste domingo, dia 17, na Rua Manoel Bandeira, na cidade de Bom Conselho, quando foi abordada por três homens jovens: Cosme da Silva de 21 anos, residente na Rua Carlos Alexandre, Bairro Alto da Boa Vista, José Danilo Soares Bento de 18 anos, residente na Rua São José, Bairro de São Rafael e Cristiano Teotônio dos Anjos de 18 anos, residente na Rua São Severino, no mesmo bairro. Eles usaram de força física e roubaram seu celular.
A Polícia Militar foi acionada e após realizar buscas conseguiu prender os infratores e recuperar o celular roubado. Todo o trabalho da PM na cidade foi coordenado pelo comandante, capitão Gilson Cerqueira. Parabéns aos policiais pelo trabalho.

MISSA DE 7º DIA - CONVITE

O Prefeito de Bom Conselho e Presidente do PSB no Município, Dannilo Godoy convida toda população para missa de sétimo dia da morte do ex-Governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, a missa será celebrada nesta terça feira dia (19) às 19:30 horas  na Igreja Matriz. "Nossas homenagens são ao pai de família, ao homem de fibra, ao guerreiro Eduardo Campos. À família dele, e das demais vítimas, os nossos sinceros sentimentos de pesar e solidariedade, finaliza o Prefeito Dannilo Godoy.

VAI COMEÇAR O MEGA-FEIRÃO DA PADRE CÍCERO COLCHÕES

ESTÁ NA HORA DE RENOVAR OS MÓVEIS DE SUA CASA!

ATENÇÃO PARA ESSE CONVITE

Vereador Geninho Tavares
A Câmara de Vereadores de Bom Conselho, através do presidente Geninho Tavares, convida toda a sociedade bonconselhense para participar de uma grandiosa audiência pública, que será realizada nesta quarta-feira, dia 20 de agosto, a partir das 8 horas da noite, onde será debatido o seguinte tema: “O Trânsito de Bom Conselho”.
É importante a presença dos comerciários, comerciantes, empresários, autoridades civis e eclesiásticas e a sociedade civil organizada. Participe, de a sua opinião, vá ao plenário da Casa Dantas Barreto para juntos discutirmos as melhorias do trânsito de nossa cidade.

Uma sociedade organizada é um povo feliz!

SINTRAF DE BOM CONSELHO TEM FINAL DE SEMANA COM VÁRIAS ATIVIDADES

A Direção Executiva do Sintraf de Bom conselho, participou, na tarde de domingo,17/08, da reunião ordinária da Associação dos Agricultores Familiares do Distrito de Rainha Isabel, onde a reunião teve a participação de 157 agricultores associados.
Nasário Filho falou da importância da parceria do Sintraf com as associações para desenvolverem as políticas públicas, sobre tudo, dos agricultores familiares, no meio rural, entre elas, previdência social, programa de fortalecimento da agricultura famíliar, pronaf, programa mais alimentos, agro-amigo, agro-mais, habitação rural, programa leite para todos, sistema de irrigação, perfuração de poços artesiano, produção, e comercialização, e na área da saúde, atendimento odontológico, entre outros convênios.

17 de agosto de 2014

Poema Enviado por Deysiany Silva

Penetra 
Você se foi numa manhã de sol.
Nem se despediu de mim.
A morte chegou, sem fazer barulho.
Fez-te refém!
E te levou sem pedir nada em troca pelo resgate.

A morte chegou silenciosa e te levou.
Te levou daqui... 
Ela chega silenciosa, mas depois.
Depois faz um barulho danado.

Eu não te disse adeus.
Eu nem sabia que você iria embora assim.

A morte chegou e te levou de mim,
ela te levou, não deixou rastros
nem deixou me despedir.
Silenciosa e rápida ela te levou,
pra um lugar distante
que nem sei onde fica.

Ela te levou e o vazio ficou,
aqui dentro tudo se despedaçou.
Foi tão rápido, que nem posso acreditar que seja verdade.

Como pode alguém te levar?
Sem nem te perguntar se desejas ir.
Foi um roubo, a quem prestarei queixa?
Quem vai me ressarcir por essa perda?

Ela chega, rouba, estraçalha...
e vai embora... silenciosa e rápida
ela veio e te levou.
E eu, como fico?
Cecília dos Anjos

ASSALTO À LUZ DO DIA EM BOM CONSELHO

Por volta do meio-dia deste domingo, 17/08, aconteceu no centro de Bom Conselho, um assalto à mão armada. Dois elementos armados, tomaram uma moto de um comerciante da cidade. Tudo ocorreu nas proximidades da Rua Nilton Prado, à luz do dia. Ainda não temos detalhes sobre o tipo da moto e o nome do proprietário. Tivemos informações que a Policia Militar local esteve em diligência para prender os assaltantes, mas, até o momento não obtivemos informações das prisões.

HOMILIA DA MISSA DE CORPO PRESENTE DO EX-GOVERNADOR DE PERNAMBUCO EDUARDO CAMPOS E COMPANHEIROS

Liturgia da Assunção de Nossa Senhora
Palácio do Campo das Princesas, 18 de agosto de 2014, 10 horas.

“Como em Adão todos morrem,
assim também em Cristo todos reviverão” (1Cor 15,22).



Este é o quinto dia desde a triste e tão dolorosa notícia da tragédia que vitimou sete irmãos nossos, pelos quais celebramos esta Santa Missa: os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins; Pedro Almeida Valadares Neto; Alexandre Severo Gomes e Silva, Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol), Marcelo de Oliveira Lyra e Eduardo Henrique Accioly Campos, pessoas que contamos entre nossos queridos familiares e amigos. Entretanto, este dia não é um dia qualquer. Hoje é Domingo, dia do Senhor, quando celebramos a Páscoa Semanal daquele que morreu dando a sua vida, oferecendo-a pela salvação do seu povo. Precisamente hoje, a liturgia da Igreja comemora a Assunção de Nossa Senhora ao céu. Diante dos corpos de três das sete vítimas do terrível acidente, é como se estivéssemos diante daquele mesmo calvário que a própria Maria viveu. Não pensemos que foi fácil o itinerário da sua vida. Foi escolhida por Deus para uma sublime missão: apesar de preservada de todo pecado, teve sua fé provada a todo instante, desde quando acolheu o anúncio de que seria a mãe do Filho de Deus. Enfrentando as dificuldades da vida, com a graça de Deus, teve forças para enxugar as lágrimas e confiar que a injustiça e a impunidade jamais teriam a última palavra.

Por ter confiado no Senhor e ter sido fiel aos desígnios de Deus, mereceu ter um nome bendito e lembrado de geração em geração, como ela própria afirmou. Mais que isso, mereceu ter a mesma vitória que seu Filho. A solenidade de hoje recorda precisamente isto: por ela ter pertencido totalmente a Deus e ter se entregado sem reserva à vontade de Deus, ela foi a primeira associada à sorte de Jesus, como disse o apóstolo Paulo, na segunda leitura: como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão; porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo. Ninguém como a própria mãe pertenceu tanto a Jesus. Entretanto, a vitória da ressurreição de Jesus não para por aí, pois está chegando até aos nossos dias. Quando o Papa Pio XII proclamou, em 1950, o dogma da Assunção de Maria, ele não estava criando nenhuma verdade nova; estava proclamando que é verdadeira a fé que desde o início do cristianismo espalhou-se entre os discípulos de Jesus: Maria foi elevada ao céu em corpo e alma; não poderia ter o corpo corrompido alguém que deu à luz o Salvador do Mundo.

Como isto é algo que parece tão incompreensível para muitas pessoas, não só podemos como temos até que perguntar de que maneira tudo isto aconteceu. Na primeira leitura, escutamos referência à Arca da Aliança, que era aquele baú sagrado no qual estavam guardados os mandamentos que o Senhor havia dado a Moisés. Se era tão sagrada essa arca, muito mais sagrada é a arca definitiva, na qual se fez carne a Palavra de Deus. Maria é a nova e definitiva Arca da Aliança, onde Deus mesmo quis colocar a semente da salvação. E tudo isso foi possível porque Maria acreditou, não duvidou e deu credibilidade à Palavra de Deus. Como escutamos no Evangelho, há pouco proclamado, a própria Isabel disse que será cumprido na vida de quem acredita o que o Senhor prometeu. Por isso, a Virgem Maria é bendita entre as mulheres e, assim como Cristo, já tem realizada a glorificação que nós ainda estamos aguardando e pela qual trabalhamos.

E o mais bonito, meus irmãos e irmãs, é que todos os que creem em Jesus reviverão, não somente depois da morte, mas desde o instante em que acreditamos na sua Palavra. Às vezes, a Palavra de Deus parece improvável e acreditar nela parece desvantagem diante das muitas vantagens do dinheiro e do poder. Todas as pessoas que acreditam na Palavra de Deus permanecerão lembradas para sempre e seus nomes continuarão como estrelas, indicando o caminho para os que buscam um novo horizonte.

Quem é Maria? É alguém do povo de Deus, que esperava, como toda a sua gente, a vinda do Messias, daquele que traria dias melhores. E o Messias chegou! O Messias, porém, não se fez grande, mas pequeno; é o que serve sem ser servido; que veio para dar vida e vida em abundância a todos, mesmo que isso significasse perder a própria vida. Esta era a sua missão, mas, além disso, era a convicção mais profunda de sua mãe. Ela sabia que Deus demonstra o poder de seu braço: dispersa os orgulhosos, derruba os opressores, eleva os humildes, sacia os famintos e destrói toda riqueza injustamente adquirida. Queremos que a fé da Virgem Maria seja um estímulo para a nossa fé, que vacila em tantos momentos.

Nesta hora, por exemplo, é como se estivéssemos diante de um outro calvário. Estamos ouvindo o clamor de tristeza de esposas e filhos, pais e irmãos, familiares e amigos, enfim, de todo o povo de Pernambuco e do Brasil. Perguntemos à Virgem Maria como é que ela foi capaz de permanecer de pé junto à cruz de seu Filho!? Deus lhe deu forças, mas também lhe deu força a convicção que levou seu Filho a amar-nos até o fim. O calvário não é o fim do percurso da vida de Jesus, nem de seus discípulos. As trevas caem sobre nós, a cortina da angústia encerra nosso coração, mas não podemos desistir. A Virgem Maria está de pé junto à cruz e nós devemos, igualmente, permaneceremos de pé. Fiquemos atentos ao que tem a nos dizer aquele que está crucificado.

O que estes nossos irmãos falecidos têm a nos dizer? Diante de seus corpos inertes, destruídos pela fatalidade, ouve-se um silêncio que incomoda. Aqui estamos porque, no eco de suas convicções, escutamos a mesma sede que o Filho de Maria teve: fome e sede de justiça. Maria foi uma mulher forte que alimentou a coragem de seu Filho para que ele não desistisse. A força do calvário não é a força de um poder que mata inocentes, mas a força do amor que dá a vida, que se preocupa com os pecadores e está atento aos humildes, aos injustiçados, aos pobres. Naquele calvário, há um justo crucificado, que teve sua voz abafada por quem lucrava com a corrupção e a miséria dos outros. A voz de Jesus está hoje espalhada pelo mundo inteiro: é a voz dos profetas dos tempos atuais que querem um mundo melhor e lutam contra o pecado, que gera desigualdade social, é fonte de guerras e conflitos, alimenta discriminações e preconceitos.

Apesar de ser um cenário de tristeza aquele do calvário, há uma alegria que a dor não abafa: está morto um homem que tem suas convicções vivas e que não teve a fraqueza de vender sua consciência; ele discordou de tudo o que não estava conforme a vontade do Pai e ousou questionar. Ensina-nos até hoje a fazer o mesmo, seguindo seu exemplo. Ele revoluciona nossos corações: amar a Deus sobre todas as coisas, amar nossos semelhantes como irmãos e irmãs, ter como nossas as suas causas. Cristo ressuscitou e, na nossa luta, onde dois ou mais estão reunidos em seu nome, ele continua presente, interpelando-nos.
Estes nossos irmãos, cujos corpos serão plantados na terra como sementes de esperança, vivem. Não vivem somente na nossa lembrança, que tem dificuldade de acreditar que morreram, mas vivem porque estão em Deus, na vida definitiva. Pelo mistério da fé, estarão para sempre conosco e, aguardando o dia da glorificação definitiva. Continuam nos inspirando a não desistir da mesma luta que só trará o bem a nós e ao nosso povo. Quem acredita nas causas de Jesus e vive lutando pelas mesmas convicções que levaram o Filho de Deus à morte, experimentará a vitória de sua ressurreição.

Esta é a esperança que nos mantém firmes para um adeus tão doloroso. No instante do acidente, todos aqueles que foram vitimados com nosso prezado Eduardo Campos estavam unidos em torno dele, como irmãos e amigos. Compartilharam com ele os mesmos ideais e participaram da mesma morte. Tão grande era a amizade que os unia, que suas famílias, igualmente enlutadas, estão aqui ao lado de sua esposa Renata Campos e seus filhos. Nós também sentimo-nos de luto, não somente porque Pernambuco e o Brasil perderam um grande líder, alguém realmente vocacionado para a política, mas porque sentíamos nele, acima do gestor que foi, um ser humano apaixonado pelo povo, especialmente os mais empobrecidos; um católico de convicção que fazia questão de transmitir para os filhos seus princípios de fé. Isso o aproximou muito de cada um de nós, mesmo daqueles que nunca o viram de perto, mas que admiravam seu jeito de valorizar a família como célula primeira e indispensável de todo fundamento social. Nesses últimos dias, nas redes sociais, foram veiculadas muitas imagens de Eduardo e nenhuma delas emocionou mais que as que o apresentavam no aconchego do lar, em companhia da esposa e filhos. Por ocasião do dia dos pais, seus filhos postaram um vídeo emocionante. Naquele mesmo dia, que foi também o dia do seu aniversário de 49 anos, estive com ele, pela última vez, na Missa de encerramento da festa de São Lourenço Mártir, em São Lourenço da Mata.

Nós temos família e sabemos o quanto é importante uma família feliz. Ontem, por coincidência, foi o encerramento da Semana Nacional da Família, cujo tema para reflexão neste ano de 2014 foi A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo. Ou seja, tudo a ver com a família que Eduardo e Renata procuraram constituir e que viveram na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e que agora continua tão firme e estável como antes, na saudade e no amor que não morre.

No dia em que celebramos a Solenidade de Nossa Senhora da Glória, peçamos à nossa mãe Maria que acolha sob o seu manto de amor e misericórdia estes nossos irmãos que partiram e os apresente ao Senhor que disse para Marta a irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre. Você acredita nisso?” (Jo.11,25-26).

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife

Missa em memória do ex-governador Eduardo Campos reúne milhares de pessoas no Campo das Princesas

Milhares de pessoas participaram na manhã deste domingo da missa de corpo presente em memória do ex-governador Eduardo Campos e de seus assessores Carlos Percol e Alexandre Severo, mortos em acidente aéreo na última quarta-feira, 13 de agosto, em Santos (SP). A cerimônia religiosa, realizada em frente ao Palácio do Campo das Princesas, foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, e contou com a presença dos 12 bispos da Arquidiocese, além do bispo da Diocese de Caruaru, dom Dino Marchió e do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto. Em sua homilia, entrecortada por longos aplausos, dom Fernando disse que todos estavam de luto. “Não somente porque Pernambuco e o Brasil perderam um grande líder, alguém realmente vocacionado para a política, mas porque sentíamos nele, acima do gestor que foi, um ser humano apaixonado pelo povo, especialmente os mais empobrecidos”. Ao final da missa, às 13h30, a população gritava em coro: “Eduardo, guerreiro do povo brasileiro”.
O governador João Lyra Neto e a primeira-dama, Leila Queiroz, estiveram por todo o tempo ao lado de Renata Campos, filhos e dos familiares de Carlos Percol e Alexandre Severo. Por volta das 10h, a presidente Dilma Rousseff, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao velório. Também estiveram presentes chefes de estado, secretários, ministros, embaixadores, parlamentares, além de demais autoridades. A solenidade durou quase duas horas. No começo da tarde, a fila de admiradores do ex-governador se estendia por várias ruas próximas ao Campo das Princesas.
Após o fim do ato, os corpos de Alexandre Severo e Carlos Percol seguiram para os cemitérios Morada da Paz e de Santo Amaro. Já o corpo do ex-governador permaneceu em visitação pública. Com o término das homenagens, seguirá em carro aberto do Corpo de Bombeiros para o Cemitério de Santo Amaro, onde será enterrado ao lado do pai Maximiliano Campos e do avô Miguel Arraes.
Bastante emocionado, o cozinheiro João Marcos Alves, de Feira Nova, Agreste Setentrional, disse que Eduardo Campos era um homem de bem e de honestidade e humildade invejáveis. “Considerava ele um grande amigo, embora nunca tenha estado pessoalmente com ele. Eduardo Campos fez muito pelos pobres e pela comunidade Beira Rio, no bairro de Boa Viagem, onde resido há mais de cinco anos”, destacou.
Fonte: Secretaria da Casa Civil de Pernambuco

Foto: Divulgação

16 de agosto de 2014

Marina aceita substituir Campos e autoriza consulta ao PSB sobre candidatura

A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata à Vice-Presidência da República Marina Silva aceitou ser cabeça de chapa da coligação Unidos para o Brasil, em substituição ao ex-governador de Pernambuco  Eduardo Campos (PSB), que morreu quarta-feira (13), em acidente aéreo em Santos, no litoral de São Paulo. O presidente do PSB, Roberto Amaral, foi à casa de Marina para saber se ela autorizava uma consulta ao partido sobre a candidatura dela ao cargo, na noite de ontem (15).
Segundo o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), a ex-ministra aceitou que seja feita a consulta para saber se o partido concorda com sua candidatura à Presidência da República em substituição a Campos. Beto Albuquerque confirmou que Marina disse sim à consulta e que aceita disputar a presidência pela coligação formada pelo PSB, PPS, PPL, PRP, PHS, além da Rede Sustentabilidade, que ainda não tem registro.
O deputado, que está em São Paulo acompanhando os trabalhos de identificação das vítimas do acidente aéreo de quarta-feira, informou que foi à casa de Marina Silva na noite de ontem (14), para lhe dar um abraço e conversar sobre a necessidade de uma releitura da campanha de Campos e de ela adotar também o discurso que vinha sendo feito pelo ex-governador.
Para Albuquerque, não haverá dificuldade para que os partidos da coligação aceitem a ex-ministra como cabeça de chapa.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse à Agência Brasil que seu partido foi o primeiro da coligação a aconselhar que Marina fosse a substituta de Campos na corrida eleitoral. “Marina Silva vai unir os partidos da coligação”, afirmou o parlamentar. Para ele, está havendo consenso em torno do nome dela para a disputa. Quanto a um nome para ser o companheiro de chapa de Marina, caso seja confirmada sua indicação, Freire acredita que “o PSB reivindique o cargo”. O mais importante agora “é consolidar a candidatura de Marina Silva à Presidência”, destacou.
A decisão final sobre quem substituirá Eduardo Campos na disputa deverá ser tomada quarta-feira (20), em Brasília, durante reunião do Diretório Nacional do PSB com deputados e senadores do partido e líderes da legenda.
A coligação Unidos para o Brasil tem até o dia 23 deste mês para informar à Justiça Eleitoral o nome de seu novo candidato à Presidência da República.

PROGRAMA CÂMARA CIDADÃ COMEÇA ÀS 11 HORAS DA MANHÃ

Logo mais a partir das 11 horas da manhã desse sábado, 16/08, estará sendo apresentado pelo radialista e blogueiro, Cláudio André O Poeta, o Programa Câmara Cidadã - Informativo da Câmara de Vereadores de Bom Conselho. 
O programa tem a produção da Assessoria de Comunicação do Poder Legislativo bonconselhense. 
Para você ouvir o informativo tem duas opções: Uma, sintonizando os 1470 KHz da Rádio Papacaça AM, outra, pelo site da emissora www.radiopapacaca.com.br

15 de agosto de 2014

Marina Silva e sua hora

Por FERNANDO DE BARROS E SILVA
M
arina Silva jamais esteve tão próxima da Presidência. No mundinho da política esse sentimento se espalhou por toda parte nas últimas 48 horas, em graus variados, entre adeptos e adversários da possível candidata.

Sim, Eduardo Campos ainda não foi enterrado; sim, Marina não assumirá a candidatura antes do funeral; sim, o PSB, partido que a hospeda, é um saco de gatos magros sem nenhuma liderança forte e ainda não decidiu oficialmente que rumo tomar.
Ninguém mais, no entanto, nem no PT nem no PSDB, cogita seriamente a hipótese de ver Marina fora da disputa. A carta do irmão de Campos reiterando a vontade da família de que a vice substitua o candidato morto praticamente encerra a questão.
A repórter Daniela Pinheiro, da piauí, tem a informação de que Marina quer Renata Campos, a viúva, como candidata a vice-presidente. Considera que ela, auditora do Tribunal de Contas de Pernambuco, gosta de política e entende de administração pública. Sua candidatura seria também uma maneira de homenagear o marido e manter viva a imagem da família na própria chapa presidencial. Seria, sobretudo, um tremendo lance de marketing.
As resistências no PSB a Marina, tão repisadas nos bastidores da pequena política nas últimas horas, tendem a se diluir diante da perspectiva, agora real, de chegar ao comando do país. Ou seja, até em nome do oportunismo político os velhos socialistas brasileiros caminham para os braços da líder ambientalista, ainda que alguns deles tenham horror a ela.
Sem Marina, Dilma muito provavelmente venceria a eleição no primeiro turno. Aécio Neves, por sua vez, vive uma situação paradoxal: precisa de Marina no páreo para manter viva a expectativa de que haja segundo turno; ao mesmo tempo, corre o risco - a essa altura muito grande - de ser ultrapassado pela representante da terceira via e ficar fora do palco da grande final.
O histórico das candidaturas sugere isso. Marina figurou pela última vez numa pesquisa do Datafolha como possível candidata do PSB em abril deste ano (só em maio o partido viria ratificar o nome de Campos na cabeça da chapa). Ela tinha, então, 27% das intenções de voto (marca que Aécio jamais alcançou). Dilma estava com 39% (praticamente no mesmo patamar em que se encontra hoje). Aécio somava 16%.
Na próxima segunda-feira, a Folha divulga o resultado de uma nova pesquisa com Marina de volta à cédula. A apreensão entre os petistas é imensa. “Sacanagem fazer a pesquisa nesse momento”, me disse um deles ontem à noite. “Ninguém da elite, em sã consciência, a quer como presidente. Querem usá-la para manter Aécio vivo, mas é uma manobra arriscada”, acrescentou.
Na avaliação desse petista, Marina será ungida candidata assim que o caixão de Campos descer à terra. Haverá, num primeiro momento, uma pantomima para encenar a unidade do partido. Os problemas e as brigas virão logo nos dias seguintes: quem vai mandar na campanha? Qual será o discurso da candidata? Como se comportará diante das alianças regionais com petistas e tucanos feitas por Campos à sua revelia?
M
uita gente parece ter descoberto que Eduardo Campos era seu candidato agora que ele morreu. Boa parte disso se deve às circunstâncias trágicas de seu fim e à comoção que tomou conta do país. Mas, além disso, parece que a morte de Campos trouxe à tona o desejo latente de mudança que fermenta há meses de forma difusa na sociedade. Até então nenhum candidato - nem Aécio nem Campos - tinha sido capaz de galvanizar esse sentimento de insatisfação, que não é necessariamente contra o governo (embora também o seja), mas, também, contra o sistema político. A deterioração do quadro econômico, embora lenta, só tende a engrossar o coro dos descontentes.

Marina parece ser o personagem ideal para o momento. Basta lembrar que, ao contrário da quase totalidade dos políticos, ela se beneficiou das revoltas de junho de 2013. No início daquele mês, quando o movimento ainda era gestado, Marina aparecia no Datafolha com 16% das intenções de voto; Dilma tinha 51%. Dois meses depois, em agosto, Marina tinha saltado para 26%, enquanto Dilma caía para 35%. A virtual candidata entrava em sintonia com o recado das ruas.
Renovação da política e aversão à política se confundem na figura de Marina. Sua fala a todo instante descamba para o registro messiânico, ao mesmo tempo em que ela preserva sua postura ponderada e dá sempre a impressão de ser uma pessoa extremamente racional. Há algo de genuinamente monástico em sua figura que contrasta com o bordel da política brasileira. Como ela vai governar, se chegar lá, talvez nem o Senhor saiba explicar.
Em 2010, Marina era uma candidata mambembe, com pouco tempo de TV e quase nenhuma estrutura partidária. Obteve quase 20 milhões de votos, surpreendendo a todos. Dois anos depois, nas eleições municipais, pressionada a sair candidata para aproveitar o cacife eleitoral acumulado, se recusou a fazê-lo. Foi além, retirando-se da disputa sem apoiar ninguém. Parecia um fim.
Quando eclodiram as revoltas de junho o nome de Marina andava esquecido. Praticamente ninguém a mencionava como peça importante do xadrez da sucessão. Em poucas semanas, ela ressuscitou nas ruas, quase à revelia de si mesma.
Logo adiante, voltou a afundar quando a Justiça Eleitoral negou o registro da sua Rede. A mão pesada do PT atuou para inviabilizar a provável candidatura presidencial da ex-ministra de Lula, sabemos disso. Mas o episódio também deixava patente a inabilidade (ou incompetência) de Marina para lidar com as contingências do mundo prático. Fora incapaz, apesar de todo o respaldo popular, de obter assinaturas ao longo de meses para criar seu partido. Isso enquanto outras legendas muito menos representativas ou francamente negocistas recebiam sua certidão de nascimento e ingressavam no circo da democracia institucional.
Em menos de 48 horas, no entanto, Marina virou o jogo novamente, aliando-se a Eduardo Campos, no que ficou conhecido como o "casamento do ano”.
Nos últimos meses, muita gente na cúpula do PSB acusava Marina de jogar apenas para si mesma e fazer pouco esforço pela candidatura de Campos. A família de Eduardo, porém, a tinha e a tem em alta consideração. Seja como for, o fato é que Marina ainda não havia transferido sua popularidade ao ex-governador de Pernambuco. Parecia, mais uma vez, devolvida à condição de coadjuvante numa chapa com algum potencial de crescimento, mas na qual mais ninguém apostava suas fichas. Isso tudo até a manhã dessa quarta-feira, dia 13 de agosto.
A campanha eleitoral está praticamente recomeçando, a 50 dias do primeiro turno, sob forte componente emocional. A tragédia de Campos o transforma num mártir. Marina Silva, por sua vez, tem certeza de que é uma predestinada. Como milhões de pessoas, crê nos desígnios de Deus. Só saberemos o final do filme em outubro. Mas para quem acredita em destino este é um enredo e tanto.
FONTE: 

FAB diz que gravação da caixa-preta de jato não era do voo de Campos

A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela investigação do acidente aéreo que causou a morte do presidenciável do PSB, Eduardo Campos, informou nesta sexta-feira (15) que já foram extraídas e analisadas por quatro técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) as duas horas de áudio da caixa-preta do jato que conduzia o ex-governador pernambucano para o litoral paulista. Segundo a FAB, a gravação da caixa-preta do avião com prefixo PR-AFA não é do voo de Campos.
Com a queda do avião, na última quarta-feira (13), morreram, além do candidato do PSB, quatro assessores de campanha e os dois pilotos do jato. Confome o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a liberação dos corpos pelo Instituto Médico Legal (IML) deve ocorrer neste sábado (16). Em nota, a Força Aérea afirmou que, até o momento, não é possível determinar a data dos diálogos registrados na caixa-preta encontrada em Santos, em razão de o equipamento não arquivar esse tipo de informação.
“As razões pelas quais o áudio obtido não corresponde ao voo serão apuradas durante o processo de investigação”, advertiu o comunicado da FAB.
Além da caixa-preta da aeronave, a Força Aérea disse que investigará alguns fatores relacionados aos pilotos do jato em que estava Eduardo Campos, como se eles haviam voado por mais horas seguidas do que a lei permite, documentação, exames recentes que foram apresentados, entre outros. Além disso, durante a Investigação de Acidente Aéreo serão ouvidos familiares dos pilotos para apurar se os profissionais passavam por problemas pessoais.
A análise da caixa-preta da aeronave começou nesta quinta, após o equipamento ser levado de Santos para Brasília. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à FAB, apura as causas do acidente.

NÃO TINHA REGISTRO DE DIÁLOGO E AS CAIXAS ERAM OUTRAS...

Acabou de ser divulgado que as Caixas Pretas do avião onde estavam, Eduardo Campos, os pilotos e assessores, quando o avião foi arremetido por não conseguir pousar em Santos, depois de serem abertas pelo CENIPA, que não há registros de gravações e que as caixas não eram do avião CESNA, ou seja, não se tem o diálogo dos pilotos com a torre de comando... 
E agora?