3 de junho de 2019

VOCÊ CONHECE EM BOM CONSELHO A CAVERNA DOS HOLANDESES (PARTE II)

Durante o final do século XVII e início do século XVIII, espalharam-se rumores que Johannes Blaer van Rijnbach teria enterrado um tesouro nesta região, e em meados de 1680, um grupo de holandeses sob a liderança de René Belosch, que tinha posse de um suposto mapa que revelava a localização deste tesouro, vieram para Bom Conselho, onde por sua vez começaram a cavar e construir abrigos no topo de uma serra. 

Após alguns anos morando em cavernas, esse grupo, tendo sido perseguido por portugueses e luso-brasileiros, fugiram para Alagoas e de lá seguiram rumo desconhecido, abandonando sua busca.

As terras do atual município se tornaram uma uma sesmaria concedida a Jerônimo de Burgos de Sousa e Eça e, em 23 de julho de 1712, foi vendida para o português de origem judia e convertido ao cristianismo Manuel da Cruz Vilela, que deu início à organização da fazenda Papa-Caça.

A serra da Caixa D'Água tem mais de 03 km de comprimento
É também especulado que a família Vilela teria vindo para a localidade a fim de procurar ao suposto tesouro de van Rijnbach, e que por muitos anos e gerações se dedicou a esta tarefa, no entanto sem obter sucesso. Bonconselhenses atuais já estiveram fazendo outras escavações para ver se encontra ouro.
Há relatos históricos e lendas que citam que no ano de 1909, Carlos Vilela, que até hoje não se sabe o que ele era de Manuel da Cruz Vilela, provavelmente, parente, chamou umas pessoas (há história não diz quantos), por algum tempo fez várias escavações e mesmo assim não perdeu a esperança. 

Esse buraco encoberto por vegetação de mata atlântica tem uma profundidade de aproximados 04 metros, por ele percorre mais 06 metros de comprimento até chegar no outro lado da caverna. 
Passados cinco anos de escavações, Carlos Vilela, morreu em 1914 de cólera e frustrado com os esforços, por que segundo histórias, ele teria encontrado o mapa da mina, onde foram enterrados 60 caixões de ouro em barras,  uma arca cheia de pedras preciosas, um caixão com moedas e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição com um diamante na cabeça.


Fizemos questão de entrar em um dos buracos. Abrimos a vegetação densa e verificamos que nesse buraco, já aconteceu de cair gado dentro e morrer devido a profundidade. Por esse buraco você percorre por um corredor de 6 metros de comprimento e uns 02 metros de altura até chegar ao ponto de saída.

Eu e o morador próximo a caverna, Adaias Ferreira, ficamos a beleza natural que é local onde fica os Buracos do Bulandim, como é também conhecido. Quem teve a brilhante ideia de fazer esse esconderijo pensou vários fatores, um deles, ter uma vista privilegiada.

Essa parte limpa da caverna foi uma ação louvável de alunos da academia Bio Fitness que tem o comando do empresário Felipe Amaral. O lamentável é que pessoas vão conhecer a caverna e quando vão embora deixa lixo no local, já outros picham as paredes rochosas da caverna.

Percebam que o acesso não é fácil. Alguns compartimentos da caverna estão sendo aterrados fruto da erosão no solo. Como não há uma limpeza, a tendência é daqui algum tempo não existir mais a caverna.

Diz a história que após o falecimento de Manuel da Cruz Vilela, seu filho Antônio Anselmo da Costa Vilela assumiu as fazendas e associando-se a Joaquim Antônio da Costa, deu início ao povoamento de Bom Conselho. Com o crescimento da população, em 1887, transformou-se em freguesia. A fertilidade das terras foi o que fez a família Vilela vivessem na terra de Papacaça.

 
Conversando com o jovem Adaias, ele informou que já ouviu histórias dos mais velhos sobre a Caverna do Bulandim, inclusive, de mal-assombrado. Na verdade, quando estávamos dentro da caverna fazendo umas filmagens, ouvimos "esturros", e como se tivesse alguém escavacando dentro da caverna ou alguém incomodado com nossa presença. Pelo menos não vimos ninguém...

Bom Conselho encontra-se nos domínios do Grupo de Bacias de Pequenos Rios Interiores e tem como principais tributários são os rios Paraíba, Bálsamo, Salgado e Traipu, e os riachos do Umbuzeiro, do Barro, do Trigo, do Caboclo, Seco, dos Mares, dos Campos e o Córrego Lambari. Todos estes cursos d'água são intermitentes.

A caverna está abandonada e não manutenção e muito menos interesse por parte do poder público em transformar esse local em ponto turístico reconhecido mundo a fora. No dia que entenderem que TURISMO gera emprego e renda, deverá haver interesse, mas para isso dependerá de alguém que pelo menos goste e entenda o que é turismo e meio ambiente.

Conta-se que por volta de 1855, não se sabe o mês exato, apareceu nas terras do Quilombo de Pedro Papacaça, um estrangeiro (até hoje não sabe de qual país), a procura desse buraco e de um grande tesouro ali enterrado, o qual lhe pertencia (talvez alguém da caravana holandesa), mas com pouco tempo deixou as terras do Bulandim com medo de pegar a cólera, pois na ocasião pelo menos 12 pessoas já tinha morrido por causa da doença. Mas deixou a promessa de volta. 

O estrangeiro deixou uma descrição com um homem chamado Andrezinho (que ninguém descobriu até hoje quem era esse camarada),  e lhe disse, "tome esse papel", se eu daqui a 02 anos não voltar é por que morri, tu vais e tiras o tesouro que serás teu.

O estrangeiro não voltou mais e o roteiro por ele deixado foi perdido, ficando apenas a história contado num livro de Carlos Vilela. Os buracos da Caverna do Bulandim, foram feitos provavelmente pelos escravos, já que os holandeses eram preguiçosos e só vieram caçar ouro e escravos.

Por esse ângulo percebe-se que dentro da caverna há vários caminhos, tipos umas locas. Para escavar a essa profundidade precisou de mais uma pessoa e que instrumentos cortantes foram utilizados. Em média, os buracos que servem como corredores tem mais ou menos 01 metro de diâmetro e alguns fazem interligações de 04 a 06 metros de comprimento.

O microclima do município possui três regiões distintas: o sertão, o agreste e a mata. O sertão ocorre próximo aos municípios de Saloá, Iati (PE), Minador do Negrão e Palmeira dos Índios (AL) e aí desenvolve-se a agricultura de sequeiro. O clima característico do agreste é observado próximo aos municípios de Terezinha e Saloá. 



As principais atividades econômicas neste microclima são a pecuária, o extrativismo e a cultura de café, algodão, milho, feijão e leguminosas nativas. 

Na fronteira com Lagoa do Ouro (em Pernambuco) e Palmeira dos Índios e Quebrangulo (Alagoas), observa-se clima próprio da zona da mata possui nascentes e remanescentes da mata atlântica.

Interessante, que durante a visita a caverna, os urubus sentiram-se incomodados, dando voos rasantes, mas afinal estávamos no seu habitat. Há outras lendas que na Caverna dos Holandeses foram enterrados escravos que morreram no confronto com os holandeses portugueses.

BOM, FICA PARA A PRÓXIMA REPORTAGEM...


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2 de junho de 2019

Mortandade de peixes na barragem do Bálsamo não é bom sinal (por PIÚTA)

Barragem do Bálsamo que margeia o povoado de Queimadas
Está semana a cidade tomou conhecimento da mortandade de peixes, tilápias, na barragem do Bálsamo, a mesma que abastece a cidade e distritos. As imagens vindas a público revelam que houve algum desequilíbrio naquele ambiente. Outro dado que chamou a atenção foi a existência de produção em escala comercial de tilápias na barragem. 
É sabido que a gestão das águas é competência da União, que concede outorga (autorização de uso) para estados e municípios. 

Contudo, a gestão do saneamento (água e saneamento) é competência dos municípios, que podem ceder esses serviços por concessão, como ocorre com a Compesa que é responsável pela operação em Bom Conselho.

A mortandade de peixes no principal manancial de água da cidade não pode ser vista como uma questão de pouca importância. O fato revela que houve algum tipo de desequilíbrio no local e avaliar a origem é uma necessidade. Pois, o que é preciso saber são os impactos de eventual contaminação da água que é fornecida para humanos.

Outro ponto a ser avaliado é a revelação de que há produção em escala comercial de peixes. Peixes Tilápias que produzidos em escala são poluentes e podem contribuir para contaminação da água por parasitas. 

Avaliar os feitos na represa é uma necessidade para se saber se a produção é compatível, bem como definir a capacidade de tanques de produção no açude. 

Será necessário saber a composição das rações utilizadas e se eventuais hormônios ou antibióticos existentes se dissipam a ponto de não prejudicar as pessoas.

A mortandade de peixes no Bálsamo foi um aviso. E, para saber o que acontece será necessário avaliação técnica da qualidade e origens das causas que levaram tantos peixes à morte.

O envolvimento para solução do problema não pode ser apenas da Compesa. Esta deve ser cobrada para saber sobre a qualidade da água. Mas, a fiscalização e acompanhamento do que acontece no manancial é uma competência originária do município, é o que diz a lei geral de regulação do saneamento.

 É da Câmara de Vereadores, que tem o papel de representar o interesse da coletividade. E é também do Ministério Público, que tem a prerrogativa de adotar medidas para garantir, entre outras coisas, o interesse coletivo, o meio ambiente e a saúde. 

Portanto, são esses entes da administração pública e empresa concessionária que precisam, de forma organizada, apresentar à população esclarecimentos convincentes do que efetivamente acontece com aquele manancial.

Adotar medidas para dirimir as dúvidas é a forma adequada para acalmar a população. Isto, mais adoção de medidas capazes de prevenir e preservar um manancial de importância vital para nossa cidade e outras tantas localizadas no Estado vizinho.

por PIÚTA

VOCÊ CONHECE EM BOM CONSELHO A CAVERNA DOS HOLANDESES (PARTE I)

A aventura nesse final de semana foi conhecer a Caverna dos Holandeses na zona rural de Bom Conselho, há exatos 17 km de distância da divisa com o município de Quebrangulo/AL.

Há pelo menos 05 quilômetros do centro da cidade de Bom Conselho, entre 03 serras existe umas escavações que foram denominados de Buracos do Bulandim ou Caverna do Holandeses. Para se chegar a esse ponto turístico você dois rápidos acessos, um, passando por dentro da fazenda de Manoel Luna, dois, indo pelo sítio Sabiá, onde o acesso pode ser de carro ou moto.

Os gafanhotos são insetos parentes do grilo, que se alimenta de todo tipo de plantas, principalmente folha de milho, citros, folha do algodão, arroz, soja, pastagens (grama), alfafa e eucalipto.  Os gafanhotos de árvore são sugadores de seiva.

Os gafanhotos pertencem à Ordem Orthoptera, assim como os grilos. Andam em nuvens, causando estragos as lavouras em várias partes do mundo. Esses receptores captam as distorções no invólucro do corpo quando o gafanhoto voa. Há no mínimo 148 pares de receptores em cada lado do corpo do gafanhoto.

Essa é a região que os aventureiros passam para chegar a Caverna dos Holandeses. Lamentável que pessoas que já foram frequentar esse ponto turístico deixe lixo, muita sujeira no local. Pessoas que fazem isso já estão dizendo a educação que recebeu.


Para se chegar a caverna percorre um trecho íngreme, chegando a 884 metros de altitude. Para encarar a subida tem que ter fôlego e preparo físico. O acesso final a caverna é por dentro de uma vegetação para gado de corte. 

Quem está na caverna tem essa vista sensacional. Podemos visualizar as dimensões das serras do Bulandim e da Caixa D'Água, ambas propriedades do falecido e ex-deputado Manoel Luna.

Conta relatos históricos que a Caverna dos Holandeses foi descoberta no século XVII. Por volta do ano de 1645, há 374 anos, o capitão João Blaer liderou seus soldados no confronto com os quilombolas que eram comandados por Negro de Papacaça, nessa região serrana de Bom Conselho.

A serra dos Holandeses ou das Freixeiras é o conjunto de montanhas e terrenos acidentados com fortes desníveis e muitos picos, que se assemelha, portanto, a uma serra (ferramenta).

Entre as serras do Bulandim, da Caixa D'Água e das Freixeiras, fica a nascente do rio Bulandim. No tempo de muita chuva, o rio escorre muita água. Nesse período de estiagem a principal nascente do rio fica praticamente escondida numa vegetação muito densa.

Para quem deseja encurtar a trilha para se chegar na Caverna dos Holandeses, deve-se dirigir a fazenda de Manoel Luna, pedir autorização para atravessa a propriedade e seguir por esse vale que você ver na imagem acima.

A instabilidade do tempo não atrapalha a caminhada, basta ter determinação e preparo físico para subir as ladeiras. Enquanto isso, vai andando e contemplando a natureza. Leva-se aproximadamente 1 hora e 30 minutos de caminhada do centro da cidade até a caverna.

Os quilombolas viviam em tribos e começaram a lutar pela liberdade deles. Os holandeses queriam faze-los escravos, daí a revolta... Foi justamente nessa região que houve o quilombo do Negro Pedro de Papacaça, diz a história.

Essa região de Bom Conselho é fruticultura. A mata fechada deu lugar a pastagem. O lençol freático dessas terras é muito rico. Com poucos metros de escavação se encontra água boa para o consumo humano. Há muitas nascentes por essas bandas.

Como já temos hábito de fazer trilhas ecológicas, não sentimos dificuldades para encarar os 884 metros de altitude até a entrada da caverna.


As terras onde atualmente localizam-se o município de Bom Conselho, foram inicialmente habitadas pelas tribos Xucuru e Fulni-ô. 


Descobri relatos históricos que no ano de  1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade um quilombo, conhecido como Quilombo de Pedro Papa-Caça que atualmente corresponde-se como Quilombo de Angico.

O nome quilombo se referia à estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, cultivando mais a caça do que a agricultura. Por isso mesmo, há controvérsia de que os buracos do Bulandim tenham sido feitos pelos holandeses durante o século XVII.

Foi escalando a subida da serra dos Holandeses que fomos descobrindo certas passagens históricas, como por exemplo, que durante vários meses, o capitão holandês Johannes Blaer van Rijnbach ou João Blaer (em português) permaneceu nas terras onde atualmente correspondem a região do Bulandi, em Bom Conselho, com o objetivo de descrever e destruir o Quilombo dos Palmares, juntamente com Bartolomeu Lintz e sob ordem do Governo de Johan Maurits van Nassau-Siegen ou Maurício de Nassau, como era conhecido. Era a “Guerra do Mato”, já em 1645.

Quanto mais você vai se aproximando dos primeiros buracos do Bulandim, mais a ladeira vai ficando "pesada" e com graus de dificuldade. Pelo lado que fica a propriedade de Sílvio da Água há o acesso há três escavações. Já pelo lado do sítio Freixeiras, existe pelo menos duas escavações, mas, o acesso está comprometido devida a vegetação densa.

Subindo esse trecho refizemos os passos dos holandeses ou dos escravos ou dos índios que habitavam na região. O questionamento está justamente como foram realizadas as escavações na serra já que o terreno é de argila. Argila é um material natural composto por partículas extremamente pequenas de um ou mais argilomineral. 

Essa é uma das entradas da Caverna dos Holandeses, como ficou conhecida. Segundo a história, nesse local há um reino encantado.
Vimos dentro da caverna muitos "a
rgilominerais", que são minerais constituídos por silicatos hidratados de alumínio e ferro, podendo conter elementos alcalinos - sódio, potássio - e alcalinos terrosos - cálcio, magnésio.

SAIBA MAIS
Diz também a história que em 1645, a comunidade foi desmantelada pela expedição militar chefiada por Johannes Blaer van Rijnbach, que estabeleceu ali uma colônia holandesa. 

Com o triunfo da Insurreição Pernambucana, que levou às duas batalhas do Guararapes, a primeira em 19 de abril de 1648 e a segunda em 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, terminou o domínio holandês sobre o Nordeste brasileiro, culminando na partida dos últimos navios holandeses em 1654.

AGUARDE A PRÓXIMA POSTAGEM...


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1 de junho de 2019

A CAVERNA DOS HOLANDESES EM BOM CONSELHO/PE (VÍDEO)

A parte da Caverna dos Holandeses mais acessível...

O blogueiro e trilheiro Cláudio André esteve conhecendo a CAVERNA DOS HOLANDESES, na zona rural de Bom Conselho. No local, que fica numa das serras por trás da serra do Bulandim, tem pelo menos 03 escavações que segundo lendas locais, foram escavados pelos holandeses, porém há controvérsia sobre o ocorrido.

Pelo comportamento dos holandeses e pela escavação que se pode ver, há grandes indícios que os escravos foram usados para tal serviço.

Veja a reportagem completa e entenderás.




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